Está na Netflix, foi indicada a 12 Oscars e é uma joia atípica de faroeste que atravessa a alma
Giovanni Rodrigues
-Redação
Já fui aspirante a x-men, caça-vampiros e paleontólogo. Contudo, me contentei em seguir como jornalista. É o misto perfeito entre saber de tudo um pouquinho e falar sobre sua obsessão por nichos que aparentemente ninguém liga (ligam sim).

Com duração de pouco mais de duas horas, Ataque dos Cães de Jane Campion é um dos melhores filmes que você encontrará no catálogo da plataforma.

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1925. Dois irmãos proprietários de um grande rancho em Montana tentam administrar sua terra compartilhada à sua maneira. No entanto, Phil (Benedict Cumberbatch) e George (Jesse Plemons) não poderiam ser mais diferentes: enquanto Phil gerencia a fazenda com rigor e dureza, George quer escapar do controle de seu irmão. Ele dá mais valor aos carros caros, às roupas elegantes e a uma vida longe do gado e do trabalho no campo.

Este é o ponto de partida de Ataque dos Cães, o faroeste contemporâneo assinado por Jane Campion em 2021, com o qual a Netflix desafiou mais uma vez o ceticismo da indústria em relação às plataformas de streaming. Após sua estreia no Festival de Cinema de Veneza e uma breve passagem pelas salas de cinema, o filme, distribuído internacionalmente pela plataforma, foi um dos melhores filmes do ano.

De fato, Ataque dos Cães foi o filme mais indicado na 94ª edição do Oscar, competindo em 12 categorias, incluindo Melhor Filme, embora no final tenha vencido apenas uma delas: a que elevou Jane Campion com a estatueta de Melhor Diretora.

Conhecer a viúva Rose (Kirsten Dunst), proprietária de uma pousada da região, acaba sendo um fator determinante na relação dos dois irmãos: George se casa com ela pensando que isso pode ser o começo de uma nova vida no rancho, mas os confrontos com Phil parecem apenas se intensificar devido à presença de Rose e o equilíbrio de poder começa a mudar gradualmente.

Adaptação do romance homônimo de Thomas Savage, Ataque dos Cães resulta em "um faroeste queer bastante inaudito, tanto por sua condição de faroeste contemporâneo quanto pela maneira inteligente e nada acomodada que o filme tem de construir uma história de amor que também tem muito de história de terror", reflete Alejandro G. Calvo em sua crítica de 4 estrelas para o site espanhol SensaCine.

"Além do texto escrito, estão as imagens de Campion", elogia o crítico. "Campion experimenta com as formas, tanto no detalhe do lombo de um cavalo, quanto no grande angular das dunas das rochas que envolvem o rancho. A fragilidade dos personagens é esmagada pela contundência das imagens nas quais se enquadra sua triste história. O amor no oeste é coisa séria, senão impossível. Ainda mais se vai pelos caminhos de O Segredo de Brokeback Mountain (2005), um dos pontos altos do faroeste-queer e de seu próprio diretor, Ang Lee".

Você pode assistir O Poder do Cão no catálogo da Netflix.

*Conteúdo Global do AdoroCinema

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