O dia em que Clint Eastwood, o astro do faroeste, foi desafiado para um duelo de verdade (e por ciúmes)
Eduardo Silva
-Redator
Jornalista que ama filmes sobre distopias e animes de battle royale. Está sempre assistindo alguma sitcom e poderia passar horas falando sobre Yu Yu Hakusho e Jogos Vorazes.

Eastwood conseguiu deixar o marido de Jean Seberg com ciúmes o suficiente para que ele aparecesse no set de um de seus filmes para confrontá-lo.

Clint Eastwood já renegou publicamente Os Aventureiros do Ouro, então não vale a pena insistir neste faroeste-musical de 1969. Mas se o filme permaneceu famoso na história do cinema é porque o astro do faroeste foi desafiado para um duelo de verdade durante as filmagens.

Para essa filmagem, Clint sabia que só tinha uma música para cantar solo, I Talk to the Trees, e recebeu uma boa quantia de 500.000 dólares. Ele interpretou Pardner, um fazendeiro que, junto com um garimpeiro chamado Ben Rumson, compra uma jovem chamada Elizabeth (Jean Seberg), o que marca o início de uma sucessão de aventuras para eles... na música!

Um duelo por ciúme

Mas, nos bastidores de Os Aventureiros do Ouro, Clint vivia um caso amoroso com Jean Seberg. Enquanto ele tinha uma união estável com Margaret Neville Johnson, a atriz era casada com o escritor e diplomata Romain Gary. O caso extraconjugal deles poderia ter permanecido secreto e confinado ao set, mas Jean, muito apaixonada pelo herói de Três Homens em Conflito, declarou ao marido que queria se casar com o ator.

Romain Gary chega a Baker, cidade no Oregon onde o filme estava sendo rodado, para desafiar seu rival para um duelo. Não com armas, mas com as próprias mãos. Eastwood nega e vai embora. Os jornais ganharam manchetes sobre esse assunto e Gary saiu sem ter tido direito à reparação que exigia. Ele anunciou na imprensa que queria pedir o divórcio da então esposa.

Enquanto isso, as filmagens do filme saem de Oregon rumo aos estúdios da Paramount onde, quando Eastwood e Jean se reencontram, o primeiro ignora completamente a segunda. Como se nada tivesse acontecido. Exceto pelo fato de Seberg ter se apaixonado e se sentir traída. Seu casamento está em risco por um homem que, no final das contas, não está nem aí.

Jean Seberg traumatizada

Anos depois, em 1981, Jerry Pam, agente dos dois atores, declarou em Played Out: The Jean Seberg Story, biografia da atriz escrita por David Richards:

“Quando voltaram para a Paramount, foi como se Clint não a conhecesse mais. Jean não conseguia acreditar que ele fosse tão indiferente a ela, especialmente depois de tudo o que havia acontecido em Baker. Ela era uma mulher muito vulnerável e estava realmente traumatizada.”

Ela e Gary se divorciaram em 1971, ano em que o filme Kill! Kill! Kill! Kill!, dirigido por Gary e estrelado por Seberg, foi lançado. A personagem trai o marido (interpretado por James Mason) com um homem rude, com aparência de cowboy, interpretado por Stephen Boyd e que lembra um herói do faroeste. Pura coincidência, é claro...

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