"Ela evitou o clichê do melodrama": Fernanda Torres e equipe de Ainda Estou Aqui dá entrevistas internacionais emocionantes no Festival de Toronto
Bruno Botelho dos Santos
-Redator | crítico
Bruno é redator e crítico do AdoroCinema, que divide seu tempo na cultura pop entre tomar susto com os mais diversos filmes de terror, assistir os clássicos do cinema ou os grandes blockbusters e enaltecer o trabalho de David Lynch e Stanley Kubrick.

Estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, Ainda Estou Aqui está cotado para o Oscar após sucesso em festivais internacionais.

Depois de ser ovacionado no Festival de Veneza, onde recebeu 10 minutos de aplausos e foi premiado com Melhor Roteiro, Ainda Estou Aqui de Walter Salles segue sua passagem de bastante sucesso internacional pelo Festival de Toronto 2024.

Ainda Estou Aqui se passa no Brasil, em 1970 e é uma adaptação do livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice Paiva. Na trama, Eunice (Fernanda Torres) é uma mulher casada com um importante político precisa mudar sua vida completamente depois que ele é exilado durante a Ditadura Militar. A dona de casa se vê obrigada a virar ativista de direitos humanos após o desaparecimento de seu marido.

Personagem de Fernanda Torres foge dos clichês em Ainda Estou Aqui

Em entrevista emocionante ao Deadline, o diretor Walter Salles e os protagonistas Fernanda Torres e Selton Mello comentaram sobre Ainda Estou Aqui.

"O filme é sobre uma família, uma família dos anos 70 durante a Ditadura Militar no Brasil", explica o diretor. "A forma como levavam a vida abrindo a casa para os amigos, abrindo a casa para discussões plurais, abrindo a casa para a música, era uma forma de resistência contra aquela ditadura militar. E aí o destino bate na porta daquela família e o filme é sobre isso, e sobre a transformação, a reinvenção dessa mulher que Fernanda [Torres] retrata".

Fernanda Torres contou como sua personagem, Eunice, foge de todos os clichês. "Você vê essa mulher, a mulher real, ela é única em todos os sentidos. Ela nunca reage da maneira que pensamos que reagiríamos, como uma ficção retrataria uma mulher que fica sozinha com cinco filhos lutando contra uma ditadura. Ela passa de dona de casa para essa advogada que defende os direitos humanos. Então, nada em Eunice é o que você espera".

Ela nunca teve tempo para sentir autopiedade, para chorar. Ela teve que seguir em frente, algo trágico aconteceu com ela e ela não reage como se estivesse em um melodrama, reage como uma história trágica real... Isso é uma coisa nesse filme que é muito comovente, e nem é a minha atuação, é o comportamento da Eunice que é tão avassalador... Ela evitou o clichê o tempo todo e acho que ela nos ajudou muito a evitar isso na ficção

A aclamação internacional de Ainda Estou Aqui coloca o filme como um possível representante do Brasil no próximo Oscar, assim como Fernanda Torres, que é uma das cotadas como Melhor Atriz. Ainda Estou Aqui é um dos filmes finalistas para conseguir a vaga como representante brasileiro na categoria de Melhor Filme Internacional.

Ainda Estou Aqui faz parte da programação da 48ª edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que acontece entre 17 e 30 de outubro de 2024, e também será lançado nos cinemas brasileiros – ainda sem data anunciada.

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