"Vou mostrar a você o que é um homem de verdade”: James McAvoy confessa que se inspirou em Andrew Tate para fazer Não fale o Mal
Giovanna Ribeiro
-Redatora e Crítica
Aprendeu com Amélie Poulain a ir ao cinema sozinha às sextas e observar a reação do público. Mas, no fundo, queria mesmo era ser o Rocky Balboa.

O longa é um remake do filme dinamarquês de mesmo nome, de Christian Tafdrup.

Muitos espectadores ficaram com o estômago virado do avesso e os cabelos em pé - para o bem ou para o mal - com um dos filmes mais chocantes de 2023. Speak No Evil (Não Fale o Mal), o thriller dinamarquês implacável, cujo terceiro ato tem uma lama maligna e níveis de crueldade diretamente proporcionais ao seu humor grotesco, despertou tanto amor quanto ódio profundo.

Quando foi anunciado que o filme de Christian Tafdrup teria uma refilmagem norte-americana produzida pela Blumhouse, foi natural concluir que eles não teriam coragem de replicar a crueza do original. E, embora ainda seja muito cedo para julgar o assunto - ainda faltam alguns dias para a estreia -, o que ficou claro é que James McAvoy preparou minuciosamente seu papel obscuro com uma referência muito peculiar... e precisa.

Masculinidade tóxica

Em Não Fale o Mal, McAvoy interpreta o pai de uma família britânica que acolhe uma família norte-americana que conheceu nas férias. Um personagem tremendamente sórdido e desagradável que, como o escocês confessou à Empire, é inspirado no influenciador misógino - para dizer o mínimo - Andrew Tate:

“O que eu achei que poderia explorar com o personagem é o fato de ele achar que é uma espécie de Andrew Tate do West Country. É como se dissesse: 'Vou lhe mostrar como é ser um homem de verdade'. Mas há um lado educado nele que não chega a ser um Andrew Tate, o suficiente para parecer que 'não sou um desses caras'. Ele o desafia: 'Você tem um pênis grande o suficiente para tomar um drinque comigo' ou 'Sinto muito, isso é demais para você porque você não é autêntico o suficiente'".

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McAvoy fornece pistas sobre os rumos que o personagem tomou

“Eu queria algo um pouco rural. Eu tinha duas grandes referências visuais. A primeira é o termo australiano 'bogan', que pode ser associado a um certo nível de masculinidade tóxica. A outra foi o personagem Rooster em Jerusalém [a peça], interpretado por Mark Rylance. Embora ele seja todo masculino e mostre seu pênis, ele é um pouco mais suave. Quase como Ray Winstone em Sexy Beast, 'Não me importo se minha barriga está saliente, porque é assim que me sinto confortável como homem'.”

Não Fale o Mal estreia em nossos cinemas em 12 de setembro.

*Conteúdo Global AdoroCinema

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