Este filme foi um milagre para a Disney e salvou a empresa após a Segunda Guerra Mundial: Sem ele, não existiriam as obras mais famosas do estúdio

Empresa chegou perto da falência quando um toque de magia mudou tudo.

Ao longo da história da Disney, a empresa passou por fases muito difíceis que a levaram várias vezes à beira da falência. A primeira vez que isso aconteceu foi depois de um período muito difícil para o mundo: a Segunda Guerra Mundial. Mas sendo razoáveis, devemos levar em conta que, durante o conflito, Walt Disney optou por fazer curtas e filmes políticos para apoiar os soldados americanos, que nunca foram lançados nas salas de cinema e causaram prejuízos milionários, como por exemplo, o caso de A Vitória Pela Força Aérea, hoje disponível no Youtube.

Terminado o conflito, a empresa enfrentou dívidas que ultrapassavam os 4 milhões de dólares, dinheiro que na época representava um montante extremamente significativo. Assim, como último recurso, a Disney lançou os dois últimos projetos que a salvariam ou a levariam ao fechamento: Cinderela e Alice no País das Maravilhas.

A última tentativa da Disney

Desde o lançamento de Branca de Neve e os Sete Anões em 1937, a Disney não tinha alcançado nenhum outro sucesso financeiro. Embora os críticos tenham sido positivos com muitos de seus projetos, como Pinóquio, Fantasia, Dumbo ou Bambi, isso não se traduziu economicamente da maneira apropriada. Dessa forma, com a chegada da Segunda Guerra Mundial e a mudança de tom nos conteúdos da empresa, as dívidas só cresceram para Walt Disney.

Foi assim que chegamos ao final da década de 1940 com uma dívida milionária e a dúvida sobre o que fazer com a empresa. Como último recurso, a Disney decidiu lançar dois últimos projetos que seriam desenvolvidos em paralelo: Alice e Cinderela. Cinderela foi a primeira obra a ver a luz do dia em 1950 e no ano seguinte viria Alice no País das Maravilhas.

Cinderela reconta o famoso clássico dos Irmãos Grimm (embora a Disney afirme que ele foi inspirado em uma versão posterior e menos sangrenta da história) para contar a jornada de uma jovem que vive maltratada pela madrasta e pelas irmãs adotivas. Despojada de tudo, vive como servente da família. Porém, um dia sua sorte muda e o aparecimento da Fada Madrinha a leva a realizar seus sonhos e encontrar o amor. Embora esta história tenha tido inúmeras adaptações de todos os tipos, sem dúvida a mais famosa é esta.

Para Cinderela, optou-se por retornar ao estilo mais refinado possível do estúdio, com linhas muito limpas, definidas e brilhantes, algo que seria completamente revertido com filmes como 101 Dálmatas. Porém, para este projeto optou-se pela essência de um conto de fadas com apostas arriscadas (como é o caso da transformação do vestido da Cinderela, que foi uma revolução na animação da época).

O filme foi um sucesso. Arrecadou 182 milhões de dólares com um orçamento de apenas 3 milhões. Este sucesso não só permitiu à empresa não fechar as portas, mas foi o sinal de partida para muitas outras como a A Bela Adormecida, Peter Pan ou A Dama e o Vagabundo. Embora as décadas de 60 e 70 tenham intercalado sucessos e fracassos, foi somente em 1985 que a empresa voltou a viver uma situação crítica.

O lançamento de O Caldeirão Mágico foi um desastre, o filme foi chamado de "muito sombrio" e também foi um dos projetos mais caros da empresa. Se não fosse pelo lançamento do As Peripécias de um Ratinho Detetive, a empresa poderia ter desaparecido. Algo semelhante aconteceu em 2002 com a estreia de Planeta do Tesouro, considerado o maior fracasso da Disney, embora o tempo tenha tornado o filme um dos mais queridos.

*Conteúdo Global AdoroCinema

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