Eastwood considerou se tornar professor de atuação após as filmagens de um filme que ele considera desastroso: Ambush at Cimarron Pass.
Clint Eastwood nem sempre esteve no auge de sua carreira, é claro. Antes de se tornar um dos maiores diretores do cinema americano e um de seus atores mais notáveis, o grande Clint fez o que muitas pessoas em Hollywood fazem: participou de castings e conseguiu alguns papéis pequenos, incluindo um faroeste que ele prontamente descreve como “tããão ruim”.
Eastwood ganhou 750 dólares pelo filme
Este filme de baixo orçamento chama-se Ambush at Cimarron Pass. Filmado entre 8 e 10 dias para um pequeno estúdio em 1958, o faroeste dirigido por Jodie Copelan rendeu a Eastwood um mísero salário de 750 dólares.
A história acompanha os sobreviventes de um esquadrão de cavalaria do norte que precisa escoltar um traficante de armas de volta ao seu forte. No caminho, eles fazem amizade com um grupo de caubóis, todos ex-sulistas. Juntos, eles unem forças para enfrentar uma ameaça indígena e atravessam o perigoso Cimarron Pass, o lugar perfeito para uma emboscada.
“Vou desistir”
Questionado sobre o filme e este período da sua vida, Clint Eastwood não faz rodeios*, afirmando que se sentiu “muito deprimido” na época. Ele vê Ambush at Cimarron Pass como “o ponto mais baixo da minha carreira cinematográfica”.
“Foi tããão ruim”, confidenciou sobre o lançamento do filme no cinema com a esposa na época. “Fiquei tão arrasado com a baixa qualidade do produtor que me afundei ainda mais na poltrona e fechei os olhos. Eu disse à minha esposa: ‘Vou desistir, desistir mesmo, voltar para a escola e começar a fazer algo na minha vida’.”
Foi provavelmente o pior filme já feito. (...) Nunca tinha visto fotografia pior. Em certos momentos, você teria que colocar óculos escuros para lidar com o brilho da luz, mas no momento seguinte você poderia jurar que o filme foi rodado no meio da noite.
Ambush at Cimarron Pass passa despercebido, e hoje em dia aqueles que se lembram dele hoje só o recordam porque Eastwood aparece nos créditos. Ele interpretou um jovem sulista “que nunca conheceu a vitória”.
Após esse fracasso, Eastwood, que já havia estrelado um episódio da série Caravana, entendeu que as séries de faroeste eram mais populares que os filmes no final da década de 1950. Ele chamou seu agente para o caso e, por uma combinação de circunstâncias, acabou fazendo um teste para uma delas.
Foi Rawhide que fez dele um modesto astro – ele chegou a gravar músicas de caubói e, acima de tudo, chamou a atenção de Sergio Leone. O restante da história se passa na Itália, onde ele se torna um grande ator do gênero faroeste e finalmente ganha um pouco mais do que “um punhado de dólares”.
*As citações neste artigo vêm da revista Crawdaddy (abril de 1978) e Cosmopolitan (janeiro de 1997), citada no livro Clint: The Life and Legend , de Patrick McGilligan, e do Ciné-Revue n°48 (citado em Clint Eastwood, de Patrick Brion).
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