Um American Pie mais perturbador e erótico: Esse filme foi baseado em histórias reais
Nathalia Jesus
-Redatora e crítica
Jornalista apaixonada por cinema, televisão e reality show duvidoso. Grande entusiasta de dramas coreanos e tudo o que tiver o dedo de Phoebe Waller-Bridge.

O longa-metragem acompanha a vida disfuncional de vários adolescentes.

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Em 1999, conhecemos os protagonistas de American Pie: Um grupo de adolescentes que estavam prestes a entrar para a universidade, cuja maior preocupação era perder a virgindade antes de dar o grande passo. Em outras mãos, o filme poderia ter se tornado algo muito obscuro e foi exatamente isso que aconteceu com Ken Park.

Ken Park foi lançado em 2002 e a premissa, à primeira vista, é bem parecida. Os protagonistas são quatro adolescentes que tentam lidar com os problemas da idade: ou seja, festas, álcool e sexo, tudo isso sem realmente saber quem são ainda.

Mas, aqui, tudo tem um véu mais sombrio. No começo do filme, Ken Park (Adam Chubbuck) sorri para a câmera e atira em si mesmo. Sua morte é o que desencadeia a história, que é cheia de abusos, alcoolismo, relacionamentos incestuosos e práticas sexuais não-convencionais.

Ken Park retrata a adolescência de uma perspectiva obscena e provocativa. Algo que é compreensível ao ver que o diretor por trás dele é Larry Clark, o mesmo de Kids, o filme de 1995 que foi revolucionário em sua forma de retratar a vida de pré-adolescentes que abusavam de drogas e álcool, especialmente por incluir o HIV na trama.

Ken Park segue seus passos, embora esteja muito atrás. O interessante do filme não é sua qualidade cinematográfica, mas a história por trás das câmeras.

Baseado em história real

Algumas das tramas do filme podem ser pesadas, como o suicídio do protagonista, o abuso que Claude (Stephen Jasso) recebe de seu pai, a difícil situação familiar de Peaches (Tiffany Limos), o relacionamento de Shawn com a mãe de sua namorada… Não há ninguém que tenha uma vida normal neste grupo de amigos.

Curiosamente, o roteiro é baseado nas experiências pessoais do diretor, Larry Clark. Ele mesmo contratou o roteirista Harmony Korine — especialista em famílias disfuncionais e conhecido por Clark por ter trabalhado com ele em Kids — para capturar as experiências de sua juventude em um roteiro.

Embora nem tudo no filme esteja diretamente relacionado a ele, o que é retratado no filme tem origem em pessoas próximas ao diretor. A intenção de Clark sempre foi contar histórias de sua rua e foi assim que ele apresentou, em uma entrevista ao The Sydney Morning Herald: "Estou fazendo um documentário social. Isso é sobre pessoas reais, de agora", concluiu o cineasta.

*Conteúdo Global do AdoroCinema

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