Shrek só existe porque serviu como punição para animadores da DreamWorks: "Eles mandavam você para as masmorras"
Ana Pilato
Fanática por filmes e séries, Ana possui um acervo de informações aleatórias sobre cultura pop e gosta de encarar câmeras imaginárias como se estivesse em Fleabag ou The Office.

Antes de fazer história no Oscar, o filme do ogro verde era sinônimo de fracasso para o estúdio.

Hoje, Shrek é uma franquia de sucesso inquestionável, com spin-offs do Gato de Botas e até mesmo um quinto episódio em andamento. Porém, no começo, a trama era considerada a ovelha negra da DreamWorks. Antes de ganhar o primeiro Oscar de Melhor Animação da história, o estúdio via o filme como um desperdício de dinheiro, destinando ao projeto somente trabalhadores que haviam fracassado em outros títulos.

"Era conhecido como gulag. Se você tivesse falhado em O Príncipe do Egito, eles mandavam você para as masmorras para trabalhar em Shrek", disse um dos animadores no livro The Men Who Would be King, sobre a história da DreamWorks. “Era basicamente uma história sobre o cara mais feio do mundo que conhecia a mulher mais feia do mundo”, disse outro animador, que abandonou o projeto depois de saber do que se tratava.

Jeffrey Katzenberg, um dos fundadores do estúdio, limitou o orçamento a 20 milhões de dólares, insistiu em contratar recém-formados e os enviou para trabalhar em um complexo de armazéns isolado e deprimente. Para piorar, naquela época, as técnicas de animação por captura de movimento eram consideradas inferiores às técnicas de animação 2D, fazendo com que a produção fosse considerada “degradante”.

Se o projeto já parecia falho, houve um momento em que seu futuro esteve por um fio: um corte de um minuto causou a demissão de 40 pessoas e, com a morte de Chris Farley - inicialmente escolhido para dublar o ogro - por overdose, as coisas não pareciam boas de forma alguma.

O que aconteceu com a Cameron Diaz? Por onde anda a atriz que estrelou As Panteras e O Máskara

A produção foi transferida para um estúdio no norte da Califórnia, onde a animação foi gerada por computador. Mike Myers foi contratado para substituir Farley, Eddie Murphy emprestou suas cordas vocais ao Burro e Cameron Diaz à Fiona. Quando o filme finalmente foi finalizado, sua primeira exibição veio no Festival de Cinema de Cannes - para o nervosismo da equipe.

A angústia do time foi acentuada ao perceberem que o público não ria... pelo menos no início: "Nos primeiros 10 minutos, nada. Pensei: 'Vão incendiar minha casa'", disse Katzenberg, que finalmente conseguiu respirar aliviado quando o filme foi aplaudido de pé no final da exibição - sem falar nos mais de 484 milhões de dólares que faturou nas bilheterias.

No final, o filme teve o mesmo destino de seu protagonista: apesar de ninguém confiar nele e estar à beira do fracasso total em vários momentos, conseguiu seguir em frente e ser um sucesso absoluto.

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