Críticas AdoroCinema
2,5
Regular
Baywatch - S.O.S Malibu

Empolgação em câmera lenta

por Lucas Salgado

Exibida entre 1989 e 2001, S.O.S. Malibu foi um fenômeno pop e cultural na TV americana por muito tempo, levando ao estrelato nomes como David Hasselhoff e Pamela Anderson. E série era entretenimento puro e ficou no subconsciente das pessoas por causa das clássicas "corridas na praia em câmera lenta". Agora, 16 anos após o último episódio, chega aos cinemas Baywatch, adaptação da clássica série para a tela grande.

O longa busca repetir o formato e o sucesso de Anjos da Lei, adaptação como comédia de uma obra original que não era necessariamente humorística. A ideia é ótima e o bom desempenho de algumas piadas mostra que o resultado poderia ser bem melhor. Sim, poderia. Infelizmente, o filme conta com um roteiro muito problemático escrito por Damian Shannon e Mark Swift, dupla responsável por Freddy x Jason. Se o texto acerta ao abraçar a ideia de comédia para maiores, por outro erra feio ao achar que "ser para maiores" significa inserir uma piada de órgão genital atrás da outra. Temos pênis preso em cadeira, pênis de morto sendo manuseado e outras inúmeras situações do tipo. Temos até Dwayne Johnson e Zac Efron conversando sobre o que suas bolas estava falando. Pois é, é este o nível.

Falando em The Rock e Zac, a dupla está até bem e possui uma boa química em cena. Mitch Buchannon (Johnson) é um devoto salva-vidas que comanda sua equipe de forma dedicada. Determinado dia, recebe a ordem superior de abrigar em seu time o campeão olímpico de natação Matt Brody (Efron). Uma espécie de Ryan Lochte da ficção, Brody parece mais preocupado consigo mesmo do que em salvar vidas. Impulsivo, ele sofre para se enquadrar no time que conta ainda com C.J. (Kelly Rohrbach), Stephanie (Ilfenesh Hadera), Summer (Alexandra Daddario) e Ronnie (Jon Bass).

Se a dinâmica entre o time de salva-vidas funciona, o mesmo não se pode dizer da vilã vivida por Priyanka Chopra. A atriz de Quantico tenta emular uma espécie de vilã de Bond e o resultado é risível, mas não pelos motivos corretos. Chopra erra completamente o tom da personagem. O ideal seria algo na linha do que Rose Byrne fez em A Espiã que Sabia de Menos.

Diretor do primeiro Quero Matar Meu Chefe, Seth Gordon é o responsável por Baywatch, um filme que nunca entrega aquilo que realmente quer. Quer ser uma comédia de ação com uma investigação policial e intrigas. Acaba sendo apenas mais um bro movie

É capaz do espectador se divertir com a dinâmica entre Dwayne e Zac, especialmente pela forma como o primeiro trata o segundo. É impossível não sorrir diante de uma referência a High School Musical. Participações especiais de David Hasselhoff e Pamela Anderson também surgem para agradar aos fãs da obra original. Mas uma coisa é certa: Baywatch deveria ser mais Anjos da Lei e menos Jackass.