Críticas AdoroCinema
2,5
Regular
A Princesa e a Plebeia: Nova Aventura

Vanessa Hudgens em dose tripla

por Vitória Pratini

A Netflix segue apostando em filmes de Natal, a ponto de criar seu próprio universo cinematográfico de produções do gênero — com direito a aparições especiais dos personagens no longa-metragem um do outro. A popularidade de A Princesa e a Plebeia, lançado em 2018, garantiu duas sequências. A primeira delas é divertida, bem-humorada e dá a chance de Vanessa Hudgens brilhar em dose tripla. No entanto, é previsível demais e não traz muito frescor em relação às comédias românticas natalinas.

A premissa da franquia é cativante: a atriz queridinha de High School Musical interpretando duas personagens que trocam de lugar como em Operação Cupido, só que com uma pitada de O Diário da Princesa (alô, castelo da Genóvia!). O novo filme, A Princesa e a Plebeia: Nova Aventura, apimenta um pouco essa situação. Hudgens interpreta mais uma vez “as mocinhas”: a confeiteira que virou princesa Stacy e Lady Margaret, a duquesa de Montenaro, que agora será coroada rainha. Mas a atriz também tem a chance de ousar com um lado mais vilanesco no papel de Fiona, a aproveitadora prima de Margaret, que tem a personalidade mais proeminente das três “sósias”.

VANESSA HUDGENS SEGURA O FILME COM O DESAFIO DE INTERPRETAR TRÊS PERSONAGENS

Quando Fiona entra em cena, A Princesa e a Plebeia 2 ganha ares mais teatrais e bastante exagerados — especialmente com os lacaios da moça, cuja interpretação atrapalhada parece saída de um spin-off de Esqueceram de Mim. Uma sequência de comédia pastelão não tão bem sucedida assim.

Obviamente, o ápice da produção é quando ocorre uma troca tripla de papéis entre Stacy, Margaret e Fiona. É curioso ver Hudgens assumindo a personalidade uma da outra. Além de desenvolver o sotaque e os trejeitos de cada uma das figuras, a atriz tem o desafio de interpretar uma fingindo estar no lugar da outra e vice-versa. Garante momentos de diversão, mas também nos faz questionar a inteligência dos personagens coadjuvantes, que demoram a perceber que o comportamento estranho da protagonista seja porque ela é outra pessoa completamente diferente.

ROTEIRO DO FILME DA NETFLIX NÃO EXPLORA A PROFUNDIDADE DOS PERSONAGENS

O príncipe Edward de Sam Palladio é forçadamente estúpido, e sua relação com Stacy é a menos desenvolvida de todo o filme — deixando a desejar em relação ao primeiro longa da franquia. Já o Kevin de Nick Sagar está bem nas cenas românticas. O triângulo amoroso entre ele, Margaret, e Antonio (Lachlan Nieboer) ganha bastante espaço mas chega a ser enfadonho. A mudança da atriz de Olivia causa estranhamento, a energia da jovem revelação Alexa Adeosun faz falta.

A direção de Mike Rohl aposta em uma clima de “magia” e “sonhos”, como é de se esperar em um filme de temática natatina. Além do visual de castelos ingleses e figurinos reais, é claro! Porém, A Princesa e a Plebeia: Nova Aventura fica na superfície de seus arcos narrativos. O longa deixa de explorar, por exemplo, as funções que Margaret terá assim que for coroada rainha, ou o que Kevin faria com sua confeitaria em Chicago se fosse consorte da monarca. Por outro lado, o roteiro de Robin Bernheim e Megan Metzger estica propositalmente seus conflitos, sem malha o suficiente para isso.

De qualquer forma, não há dúvidas de que Hudgens carrega o filme nos ombros. Ela se firma como uma atriz de comédia e romance, e ainda atua como produtora executiva do longa. Que venha o terceiro filme, e fique atento para aparições especiais de personagens de outros filmes de Natal da Netflix.