Fantástica: Crítica AdoroCinema

O mais recente capítulo desta série de animação (são quatro no total) demonstra porquê os Boonie Bears são um sucesso e porquê histórias leves sobre as descobertas originadas de novas amizades têm tanto peso, especialmente na infância. Famosos com o público na China, agora eles certamente irão atingir um público muito mais amplo no Brasil.

Fantástica aproveita seu universo mágico, suas cores e ambientes diversos para apresentar às crianças o que de mais importa: a amizade sincera e a vontade de fazer do mundo um lugar melhor. Com personagens carismáticos, especialmente os irmãos Boonie Bears, somos guiados para as pequenas particularidades da floresta em que vivem, assim como para os problemas que os humanos insistem em levar para lá: a ganância e a preocupação em tirar dinheiro de coisas que fogem deste propósito.

Se até um momento o filme trabalha o relacionamento de seus personagens - um robô, dois ursos e um humano contra uma equipe de ladrões de tesouros -, a partir da segunda metade Fantástica toma a forma de uma história sobre meio ambiente e respeito à natureza.

Não só o tesouro escondido serve de mote para a trama andar como também é a razão pela qual alguns personagens repensem suas atitudes até ali. Sem soar didático demais, a animação explora bem o conceito da magia da floresta e acaba tendo em mãos uma história forte, ao mesmo tempo em que careça de alguns desdobramentos diferenciados.

Como maior moral da história, Fantástica aborda o tanto que podemos alcançar se estivermos dispostos a olhar para o lado e pensarmos em um panorama além do pessoal. Não que a animação se isente de falhas: por mais lúdico que seja seu tom, algumas piadas saem sem muito sentido e os clichês vêm à tona em determinado ponto da narrativa - mas nada que atrapalhe o público infantil, claro. Refletindo sobre a direção que o filme toma, nenhuma piada fora de hora ou reação exagerada de algum personagem tirará a boa intenção da mensagem que ele quer passar.