Críticas AdoroCinema
2,5
Regular
Sobrenatural: A Última Chave

Mais do mesmo

por Lucas Salgado

A Blumhouse é um dos cases mais interessantes no mundo do cinema nos últimos tempos. Especializada em filmes de terror, a produtora criada por Jason Blum investe em longas de baixo orçamento, geralmente, de suspense ou terror, com grande potencial de bilheteria. Acabaram criando verdadeiras franquias do horror, como Atividade ParanormalUma Noite de Crime e Sobrenatural. O sucesso foi tanto que expandiram o negócio e hoje arriscam até com produções maiores, como Corra! e Fragmentado.

Como modelo de negócio, é algo realmente impressionante, pois investem pouco e estão sempre faturando muito. Para terem uma ideia, a franquia Sobrenatural já faturou US$ 466 milhões, sendo que os quatro filmes, somados, custaram US$ 26,5 milhões.

A Última Chave é o quarto filme da franquia, mas em termos de cronologia se passa antes de todos os demais. Por sinal, aqui está uma saga que não facilita para os fãs, a ordem cronológica é 4, 1, 3 e 2.

O novo longa busca retratar a origem de Elise, personagem vivida por Lin Shaye nos quatro filmes. Aqui, vemos como um demônio começa a atormentar sua família e sobre como ela teve que lidar com o fato de possuir uma mediunidade desde criança, algo que não era compreendido por seu pai. Anos após deixar seu lar, ela recebe um telefonema sobre um caso que está acontecendo em sua antiga casa, obrigando-a a confrontar seu passado e reencontrar pessoas de sua infância.

Shaye está bem no papel de Elise. Curiosamente, o que funciona na personagem é o fato de ser mais leve do que a ideia de uma franquia de suspense deixa acreditar. A relação de Elise com os ajudantes Specs (Leigh Whannell) e Tucker (Angus Sampson) é um dos pontos mais interessantes, apresentando inclusive uma pegada bem cômica. É realmente divertido ver o trio em cena lado a lado brincando sobre formarem um time de caçadores de fantasmas.

Insidious: The Last Key (no original) conta com boas cenas de suspense e uma ligação com os originais. Como bom filme do gênero, traz cenas em que o público julga as atitudes absurdas dos protagonistas, como o momento em que Elise decide abrir várias malas antigas e abandonadas estando no meio de um túnel escuro. Infelizmente, do ponto de vista narrativo, o longa comete inúmeros erros. A história em si é pouco desenvolvida e desinteressante, com quase nenhuma identificação com personagens fora do trio principal.

A direção de Adam Robitel é pouquíssimo inspirada, com alguns sustos surgindo de forma bem previsível.