Críticas AdoroCinema
2,5
Regular
A Parte Ausente

Ficou na ideia

por Lucas Salgado

O cinema fantástico está longe de se destacar na filmografia latino-americana. No Brasil, temos exemplos como a animação Uma História de Amor e Fúria, mas são raros, muito raros. O mesmo vale para a Argentina, que é conhecida por seus dramas e comédias sensíveis e obras com temática social. Diante disso, é muito interessante ver a produção de uma obra como A Parte Ausente, de Galel Maidana.

Infelizmente, não foi dessa fez que o cinema latino produziu um filme fantástico marcante. A obra oferece uma boa premissa e um visual fascinante. Trata-se de um deslumbre visual, com uma tonalidade que remete a obras sombrias que destacam o azul como tom principal, como é o caso de Blade Runner, o Caçador de Andróides e Drive. Por sinal, os dois longas parecem referências claras de Maidana. O futuro devastado e o conflito entre espécies vêm de Blade Runner, enquanto que a ideia do anti-herói solitário e forte surge de Drive, bem como a trilha sonora repleta de música eletrônica.

Por sinal, a trilha é um destaque da produção, criando uma ambientação interessante e por vezes instigante. O grande problema está no desenvolvimento do roteiro. A trama é confusa, os personagens aparecem e somem sem muito sentido.

Em um futuro devastado e sombrio, o assassino de aluguel Chockler (Alberto Ajaka) recebe uma missão de Lucrecia (Celeste Cid): encontrar um homem chamado Victor (Guillermo Pfening), vivo ou morto. Aos poucos, ele descobre uma rede de experimentos genéticos, armações em corridas de cavalos e seres sobre-humanos ameaçadores.

No final das contas, estamos diante de um desfile de carnaval, com muita alegoria e pouca história. O elenco é competente e alguns personagens não realmente instigantes, com destaque para Lucrecia, que funciona bem como uma espécie de musa noir. É curioso, mas fica a impressão que poderia ser mais que isso. 

Filme visto no 5º Festival Internacional Cineramabc, em junho de 2015.