A Pequena Morte: Crítica AdoroCinema

A Pequena Morte é uma comédia romântica sobre sexo e relacionamento, que divide sua atenção em várias histórias, a maioria focada em um tipo de desejo bem específico. Em uma das tramas, uma jovem pede ao companheiro para que ele a violente de surpresa. Em outra, uma mulher descobre que só consegue ter orgasmos quando vê o marido chorando. Além disso, temos uma intérprete de linguagem de sinais que é obrigada a "traduzir" a ligação de um deficiente auditivo para um sex call, um criminoso sexual que tem que contar para os vizinhos que é um ex-condenado, um sujeito que leva às últimas consequências a ideia de fingir ser uma outra pessoa por prazer e um executivo que tem prazer em ver a mulher dormindo.

Individualmente, as histórias renderiam curtas divertidinhos, mas acabam funcionando melhor lado a lado. O filme consegue intercalar bem as narrativas, embora a história da intérprete seja deixada quase toda para o final, por não se encaixar tão bem com as demais e por servir como ponto de ligação (bem forçado) na conclusão de algumas tramas.

O filme tem problemas em encontrar o tom do humor, especialmente quando trata de fatos sérios como estupro e violência sexual, mas consegue criar boas esquetes e conduzir a trama de maneira leve e despretensiosa. Era feio no final ao tentar criar um momento Amores Brutos, com as histórias se encontrando, mas consegue cumprir sua função de entreter.

Dirigido, escrito e estrelado por Josh Lawson, conhecido pelo trabalho como ator na série House of Lies, o longa, no final das contas, não empolga, mas também não compromete. Uma boa diversão para quem procura um programa nos cinemas que não seja Star Wars - O Despertar da Força, mas que algumas horas após a sessão já terá boa parte de suas histórias esquecidas pelo espectador.

O elenco conta com boas presenças de Bojana Novakovic, Damon Herriman, Ben Lawson, Lachy Hulme e Kate Box, além do próprio Josh Lawson. O principal mérito do filme é inserir personagens críveis em situações absurdas, passando autenticidade ao texto.

The Little Death (no original) conta com um belo trabalho de montagem de Christian Gazal, que cria uma dinâmica bem interessante entre as tramas e não deixa o ritmo cair em momento algum. Repleto de diálogos e situações bizarras, o filme diverte e emociona em alguns momentos. Vale a pena ficar de olho nos próximos trabalhos de Josh Lawson.