Críticas AdoroCinema
3,0
Legal
La Vingança

Brasil vs Argentina

por Lucas Salgado

Sim, o nome do filme é La Vingança. Não é A Vingança ou La Venganza. Já no título, o longa faz questão de mostrar qual seu objeto de estudo: a relação entre Brasil e Argentina. De forma bem humorada, a produção trata deste relacionamento, que conta com momentos de rivalidade e outros de irmandade. Tão próximos e ao mesmo tempo tão longe.

Felipe Rocha vive Caco, um brasileiro de 30 e poucos anos que está prestes a pedir a namorada Julia (Leandra Leal) em casamento. Quando decide, finalmente, fazer a pergunta, descobre que ela está o traindo com um chef de cozinha argentino. Desesperado, ele decide se vingar. Ao lado do melhor amigo (Daniel Furlan), decide embarcar em um Opala velho a caminho de Buenos Aires.

A ação principal da história de passa na estrada. Neste sentido, estamos diante de um roadmovie pouco convencional, na companhia de um desiludido amoroso e de um fanfarrão que tenta pegar toda mulher que vê pela frente. No meio do caminho, encontram todo tipo de gente, mas acabam se atraindo por Constanza (Ana Pauls), uma jovem cantora argentina.  

Dirigido por Fernando Fraiha, com co-direção de Jiddu Pinheiro, La Vingança é mais simpático do que engraçado. Tem seus momentos de entretenimento, mas também se esgota um pouco nas piadas Brasil x Argentina, até porque a maioria diz respeito a futebol.

Isso não significa dizer que todas as piadas com futebol não funcionam. O filme brinca com a canção "Brasil, decime qué se siente", que era cantada pela torcida argentina na Copa do Mundo de 2014. Inclusive, a canção é repetida em diversos ritmos durante os créditos finais, o que é bem divertido. Por falar em música, deve-se reconhecer o belo trabalho da trilha sonora de Plinio Profeta. Trata-se de uma obra muito musical, com bons temas instrumentais e não-instrumentais. 

A elenco principal não compromete. Rocha e Furlan são mais exóticos do que galãs, o que funciona para a história. Leal é o nome mais conhecido do time, mas sua participação é bem discreta. O foco está mesmo nos dois amigos.

Um longa leve e despretensioso. Não vai ficar na cabeça do espectador, tem problemas de execução, mas pode oferecer um entretenimento rápido e nada ofensivo. Tem seus momentos.

Filme visto durante a cobertura do Festival do Rio, em outubro de 2016.