Críticas AdoroCinema
3,5
Bom
Mão na Luva

Quando o amor acaba

por Lucas Salgado

Baseado em obra homônima de Oduvaldo Vianna Filho, conhecido como Vianinha, Mão na Luva é um projeto relativamente simples que acredita na força de sua história para compensar o pouco investimento. E a aposta dá certo, uma vez que o espectador é mesmo atraído pela qualidade do texto.

Dirigido pelo experiente José Joffily e pelo ator Roberto Bomtempo, o longa se sustenta pelo texto e pelas atuações de Bomtempo e da atriz Miriam Freeland. A dupla interpreta um casal antes tido como perfeito, mas que agora briga e fala sobre separação. Em uma noite repleta de idas e vindas, eles tentam colocar os últimos pingos nos is e tentar entender o que ouve de errado com a relação.

O roteiro, de responsabilidade da crítica de cinema Susana Schild, faz justiça à obra de Vianinha, mas falha ao inserir alguns flashbacks que não colaboram nada no desenvolvimento da história. Neste sentido, a montagem também é um pouco prejudicada ao contar com algumas cenas cujo peso dramático não mantém o padrão das demais sequências.

Fica a clara impressão de que alguns flashbacks foram inseridos apenas para que o filme alcançasse 70 minutos de duração. Tivesse menos que isso poderia sofrer uma maior dificuldade para encontrar espaço no circuito comercial e de festivais.

Chico Pelúcio, Eduardo Moreira, Mario Cezar Camargo e Fernanda Vianna integram o elenco da produção, mas os destaques são mesmo Bomtempo e Freeland. Eles brigam e se amam com muita intensidade, passando uma autenticidade muito boa para o espectador.

Oito anos após Depois Daquele Baile, Bomtempo volta a ter um trabalho eficiente à frente da câmera. A parceria com Joffily vem de longe, mas é a primeira vez que trabalham como codiretores. O cineasta dirigiu o ator em Urubus e Papagaios, Lamarca, A Maldição do Sanpaku, Dois Perdidos Numa Noite Suja e Achados e Perdidos.