O Amor é um Crime Perfeito: Crítica AdoroCinema

Conhecidos pela comédia dramática Pintar ou Fazer Amor, os irmãos Jean-Marie Larrieu e Arnaud Larrieu chegam aos cinemas brasileiros com uma obra bem mais ambiciosa. Trata-se do thriller O Amor é um Crime Perfeito, inspirado no romance "Incendies", de Philippe Djian.

O longa gira em torno de Marc (Mathieu Amalric), um professor de literatura que não se envergonha de ter relações com suas alunas. Quando uma delas desaparece, ele se vê em meio a uma investigação. Ao mesmo tempo em que convive com a desconfiança da polícia e de colegas de trabalho, ele inicia uma relação mais próxima com Anna (Maïwenn) e sofre com os avanços da aluna Annie (Sara Forestier).

O três atores citados estão muito bem, em especial, Amalric, capaz de criar um personagem detestável, mas que ao mesmo tempo é cativante. Neste sentido, a relação quase incestuosa de Marc com a irmã Marianne (Karin Viard) surge para ratificar tão dicotomia.

Sem grandes emoções, o filme é frio como o cenário gelado dos alpes franceses que retrata. Isso não é necessariamente algo negativo, uma vez que situações melodramáticas demais podem prejudicar uma obra com pretensões de criar suspense.

Trata-se de uma obra menos complexa do que pretende ser, mas que ganha força a partir das atuações de seus protagonistas. Conhecido por longas como O Escafandro e a Borboleta e Turnê, Amalric traz um peso dramático para o personagem, protagonizando belas sequências, principalmente aquelas ao lado de Maïwenn (Polissia).

Ao final, os diretores tentam pregar uma peça no espectador, reforçando a ideia acima de que o filme quer se mostrar esperto ou inteligente. Consegue em alguns momentos, mas não precisava de tantos truques. Cria um clima interessante, mas não ficará muito tempo na cabeça.