Críticas AdoroCinema
3,0
Legal
O Concurso

É contigo mesmo!

por Roberto Cunha

As comédias tomaram de assalto o cinema nacional e se existe uma razão para isso, o bom desempenho nas bilheterias é a principal delas. O Concurso chega no rastro dessa bem sucedida história, apresentando uma fórmula simples, conhecida, mas que funciona. Ou seja, se você integra o time que não liga para novidade o tempo todo e considera interessante experimentar os mesmos efeitos de velhos ingredientes, pode ter diversão pela frente.

Quatro candidatos a juiz federal precisam fazer uma última prova, no Rio de Janeiro, e três deles vieram de outros estados. Um é gaúcho (Fábio Porchat), sofredor com a pressão do pai para fazer frente a famigerada "macheza" do povo dos pampas, o outro é um nerd caretinha (Rodrigo Pandolfo) vindo do interior paulista e o terceiro é um cearense (Anderson Di Rizzi), devoto de todas as crenças. O quarto candidato (Danton Mello) é carioca e malandro que só ele, cismou que só existe uma chance deles passarem no teste: roubando o gabarito. Faltando cerca de 48 horas para o grande dia, eles vão se meter com a bandidagem durante um fim de semana totalmente maluco.

Com esse cenário montado, o roteiro escrito pelo produtor LG Tubaldini Jr., na companhia de colaboradores como L.G. Bayão (Minha Fama de Mau), não tenta inventar a roda. Pelo contrário, investe em piadas sexuais sobre virilidade, homossexualidade, faz chacota do nosso Código Penal ao falar por mais de uma vez a expressão "contravençãozinha" e explora o clichê dos anões. Acharam espaço até para um (bom) "merchan" da Lei Seca e, para quem curte citações, impossível não lembrar do clássico Priscilla, a Rainha do Deserto no momento em que um dos protagonistas sai do armário. E se um deles falhar em algum momento no quesito riso, coadjuvantes graduados, como Pedro Paulo Rangel e Duda Ribeiro, estão a postos para dar uma boa cola.

Tá certo que algumas pessoas vão dizer que o humor é fácil, mas vai ter outro montão não dando a mínima para isso e vendo até reflexos de outros longas do gênero, que gostaram. Essa turma não tá nem aí para licenças criativas, que como num passe de mágica, plantam uma grávida (lá de caixa prego) na muvuca dos acontecimentos. Eles se esbaldam com filmes descompromissados e as situações cômicas, embora previsíveis, têm potencial para o riso, principalmente, nesse nicho de espectador menos exigente. Assim, a estreia no cinema de Pedro Vasconcelos na direção, teve todas as "questões" preenchidas. Agora, o resultado, se o longa passa ou não no seu teste, é contigo mesmo.