Para fãs e curiosos
por Francisco RussoDesde sua criação Dragon Ball sempre foi uma série de nicho, cujas histórias e personagens eram exaltados pelos fãs mas incompreensíveis para os não iniciados neste universo, para quem termos como sayajin, kakaroto ou kaio shin soavam como grego - ou japonês. Com isso, por mais que a série de TV fosse bastante conhecida entre os jovens, ela nunca alcançou um nível de popularidade do porte dos super-heróis dos quadrinhos, cujas aventuras soavam bem mais próximas tanto em matéria de humanidade quanto de compreensão. O que não impediu que surgisse em vários países uma espécie de culto a série, cujos fãs vibram a cada novidade lançada. É o que acontece com Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses, mais recente filme estrelado por Goku e companhia.
A trama desta vez é focada em Bills, o deus da destruição, que desperta após um longo sono de 15 anos. Impressionado ao saber que Freeza fora derrotado, ele logo quer conhecer o autor deste feito. Mais ainda: num de seus sonhos ele tinha um combate épico com um deus super sayajin, algo que ninguém jamais havia ouvido falar. Não demora muito para que Bills e seu mestre partam para conhecer Goku, enquanto que ele está também ansioso pelo encontro. Afinal de contas, Goku adora uma boa briga!
Se você é daqueles que não entende absolutamente nada sobre o vocabulário típico de Dragon Ball Z nem sabe o que já aconteceu na série, pode ficar tranquilo. Bastante didático, A Batalha dos Deuses traz uma grande variedade de personagens mas toma o cuidado de situá-los para o espectador leigo na série, de forma que ele também possa curtir o filme. Por exemplo, você pode até não saber como o imperador Pilaf se tornou uma criança, mas o panorama geral dado pelo filme sobre este fato é suficiente para que se possa compreender tanto o personagem quanto seus atos. O mesmo acontece com vários personagens, o que torna o filme mais palatável para os não-iniciados ao mesmo tempo que relembra os fãs de eventos importantes ocorridos no decorrer da série.
Entretanto, o grande trunfo que Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses tem para agradar o público é o humor. Especialmente no trecho em que Bills chega à Terra, quando se delicia com os quitutes de uma festa. Por mais que seja uma história de certa forma infantilizada, ela possui momentos bastante divertidos sem deixar de lado as cenas de combate que tão bem caracterizaram a série ao longo dos anos.
Como um todo, Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses é um filme divertido que agrada tantos aos fãs, pela continuidade da saga e o respeito às características dos personagens, quanto aos que jamais viram um episódio sequer da série, pelo bom humor da história e o didatismo que permite que seja compreendida sem que seja necessário um dicionário ao lado. Além disto, chama a atenção a animação um pouco mais elaborada em relação à usual da série, com o uso de elementos computadorizados em alguns momentos.