Críticas AdoroCinema
2,5
Regular
Insônia

Boas intenções

por Lucas Salgado

Coprodução entre Brasil e Argentina, Insônia chega aos cinemas contando a história da jovem Cláudia (Lara Rodrigues), uma garota que perdeu a mãe bem cedo e foi criada pelo pai (Daniel Kuzniecka). Filha de um argentino, mas criada no Brasil, ela vive uma vida de incertezas, algumas naturais da idade e outras criadas pela situação familiar. Insegura quanto ao sexo, ela acaba buscando a amizade de uma mulher mais velha (Luana Piovani) e de um(a) misterioso(a) amigo(a) pela internet.

Dirigido por Beto Souza, o longa é bem leve e pode funcionar para o público jovem. Tentando se mostrar moderno, investe em figuras de linguagem e arrisca algumas sequências em animação. Nem tudo funciona, mas dá ao filme um ar diferente. Não se trata de uma obra ordinária.

Filha de Tony Ramos e Glória Pires no primeiro Se Eu Fosse Você, Lara Rodrigues se sai muito bem. Ela passa bem as inquietudes da idade e reage sem de forma curiosa, surpresa com seus próprios atos. Para sorte do filme, sua protagonista vai bem, porque o mesmo não se pode dizer do restante do elenco. Piovani surge como uma figura um pouco artificial, cuja amizade com Cláudia nunca soa natural. Kuzniecka, por sua vez, demonstra uma grande insegurança no papel, que já por si só tem seus problemas. O pai é uma figura doce e preocupada com a filha, mas que é conduzido pelo roteiro a se tornar uma pessoa sem segurança e indecisa.

O elenco conta ainda com a participação de Nicolás Condito como Daniel, um colega de escola que tem interesse em Cláudia. É difícil dizer se o ator foi bem ou mal, pois ganhou uma dublagem amadora, que prejudica muito o personagem. A justificativa dos produtores é de que ele era um argentino não falava bem o português. Neste sentido, era o caso de fazer um casting melhor.

Insônia é um filme que sabe bem o público que pretende atingir. Possui uma trilha pop, uma temática moderna sobre incertezas da juventude e uma boa protagonista. Só é uma pena que seja muito amador em alguns sentidos. Além da inexplicável dublagem, o longa oferece cenários pouco elaborados e trabalhos infelizes de direção de arte, figurino e fotografia.

O filme também peca ao não saber terminar, oferecendo uma série de situações que apenas enrolam a história, chegando ao ponto de oferecer um final alternativo em seus créditos finais.