Críticas AdoroCinema
3,0
Legal
A Mulher De Preto 2 - Anjo Da Morte

Casa abandonada, brinquedos assustadores, cadeira de balanço que se move sozinha...

por Renato Hermsdorff

A Mulher de Preto 2 - Anjo da Morte mais parece um reboot de A Mulher de Preto. Sem o mesmo elenco do filme de 2012 (não tem Daniel Radcliffe), com um diretor diferente do longa anterior (sai James Watkins, entra Tom Harper), o ponto em comum entre as histórias (baseadas na obra de Susan Hill) é o fantasma da mulher amargurada que atrai criancinhas indefesas para um destino trágico no pântano ao redor de uma casa assombrada.

Sem o principal chamariz da primeira adaptação (a curiosidade gerada pelo “Harry Potter” deslocado para um cenário de terror), fica difícil entender a opção pelo retorno à história. Anjo da Morte 2 não ofende, mas tampouco justifica o retorno à história nessas condições (fica até difícil falar em franquia).

Uma casa abandonada no meio do nada, assoalho rangendo, brinquedos assustadores, a cadeira de balanço que se move sozinha, enfim, todos esses elementos batidos dos filmes do gênero estão lá. O menino emudecido por um trauma, a professora boazinha, uma diretora de escola do tipo carrasco e um galã para salvar a pátria, também, no centro da história, que se passa durante a Segunda Guerra Mundial.

No filme, um bombardeio destrói a cidade de Londres, forçando as pessoas a buscarem abrigo em cidades menores da Inglaterra – é o que fazem as responsáveis pela escola onde Edward (Oaklee Pendergast) estuda. A diretora Jean Hogg (Helen McCrory) convoca a professora Eve (Phoebe Fox) e uma turma de crianças – entre elas o menino, que acaba de perder os pais e não consegue pronunciar uma palavra sequer – para uma viagem tendo a casa do pântano como destino. No caminho, Eve, que vive um drama pessoal – estabelece uma amizade com Harry Burnstow (Jeremy Irvine, de Cavalo de Guerra), um oficial da aeronáutica.

Superados os clichês, é bem verdade que a trama privilegia – pelo menos na primeira metade do filme – o aspecto psicológico em detrimento do susto (muito mais do que a maioria das produções do gênero). E A Mulher de Preto 2 tem, sim, potencial para divertir (divertir?) quem curte o tipo de filme. Porém, apesar da coerência da trama - redonda, mas um tanto quanto previsível -, é inevitável a sensação de mais do mesmo.

Trata-se de uma produção caprichada (a precisa e sombria reconstrução de época também se destaca, como no “plano aéreo” da Londres devastada do início do filme), mas esquecível. Ah, e com deixa para continuação, claro! Ou seria reboot?