Duro de matar genérico
por Lucas SalgadoArranha-Céu: Coragem Sem Limite chega aos cinemas no mesmo dia em que se completa 30 anos da primeira exibição de Duro de Matar. A data, é claro, é uma coincidência, mas não deixa de ser simbólica. O mais novo filme estrelado por Dwayne Johnson é uma mistura de Duro de Matar com Inferno na Torre. O problema é que não atinge o nível de qualidade de nenhum dos filmes citados.
The Rock vive Will Ford, um ex-agente de elite do FBI que sofre um grave ferimento em um resgate traumático e acaba perdendo uma das pernas. Anos mais tarde, trabalhando como consultor de segurança, é convidado para supervisionar o sistema do maior prédio do mundo, que está para ser inaugurado em Hong Kong. O prédio possui áreas comerciais, residenciais e de lazer, além de uma cobertura tecnológica ocupada pelo executivo responsável pela obra. Tal sujeito, desperta o interesse de um grupo de criminosos, que decide invadir o prédio e colocar sua segurança à prova. John McClane, digo, Will Ford, então, terá que se redobrar para garantir a segurança de sua família, que estava hospedada no local.
A trama é simples e repleta de situações clichês. Diverte como boa ação, mas é prejudicada pelo fato de que já sabemos como os problemas começam e como irão terminar. Tudo é muito previsível. A intenção do filme era inserir alguns personagens que poderiam mudar de atitude de uma hora para a outra, pegando o espectador de surpresa. A questão é que esta surpresa nunca acontece, tudo é muito transparente.
Dwayne Johnson é o maior astro de ação de atualidade e realmente se sai bem em cena, transmitindo um bom carisma. Mas nem ele é capaz de salvar um roteiro pobre e pouco desenvolvido. A trama familiar já foi vista inúmeras vezes nas telonas, e mesmo o caráter da superação é mal trabalhado.
Eterna Sidney Prescott da franquia Pânico, Neve Campbell interpreta a esposa de Will, que é mais do que a donzela em perigo, mas que também não assume um posto de protagonista.
É importante destacar que a previsibilidade da trama está no roteiro, mas não somente. Também se encontra na seleção de elenco, escolhendo atores caricatos que antecipam qualquer mistério sobre seus personagens, como são os casos de Roland Moller, Pablo Schreiber e Noah Taylor. Basta aparecerem em cena para o espectador saber que há algo de estranho no cenário.
Repleto de momentos que desafiam as leis da física, Skyscraper (no original) diverte no absurdo, mas se perde na fragilidade do roteiro e do absurdo. No final das contas, pode ser definido como um "filme do The Rock", não muito diferente do que já vimos em Rampage - Destruição Total e tantos outros.
Conhecido por boas comédias como Com a Bola Toda e Família do Bagulho, o diretor Rawson Marshall Thurber se perde em meio a tanta ação. E mesmo o humor que aparece eventualmente no roteiro (também de Thurber) é pouco inspirado.
Dwayne Johnson quis fazer seu Duro de Matar, mas acabou estrelando um Duro de Matar 4 ou 5 da vida, uma obra que pode até entreter por quase duas horas, mas que acabará esquecida depois.