Críticas AdoroCinema
2,0
Fraco
O Mar Não Está Prá Peixe: Tubarões à Vista

Fórmula requentada

por Francisco Russo

Sempre que um filme faz sucesso surgem na esteira vários genéricos, que tentam abocanhar algumas migalhas da fórmula consagrada. É o caso de O Mar Não Está prá Peixe, animação lançada em 2006 que ia na onda dos bem mais conhecidos Procurando Nemo e A Pequena Sereia. Seis anos depois, o longa-metragem ganha uma sequência, O Mar Não Está pra Peixe: Tubarões à Vista, que não apenas mantém o clima de cópia descarada como, ainda por cima, praticamente repete a trama do primeiro filme.

A história mais uma vez gira em torno da rivalidade entre o pequeno Pê e o tubarão Troy. Após ser derrotado no filme original, Troy é capturado pelos humanos, que aplicam nele várias injeções que aumentam sua força e tamanho. Não demora muito para que consiga escapar, indo direto ao encontro do inimigo. Só que Pê agora vive em um recife, juntamente com outros seres submarinos, e a maré baixa impede que Troy e seus amigos tubarões invadam o local. Como a maré subirá em quatro dias, Troy decide aguardar o momento ideal para dar o bote. Mas, por precaução, envia o jovem tubarão Ronny, disfarçado, para boicotar os planos de Pê para se defender do ataque iminente.

Como se pode ver, a história não é nem um pouco original – assim como seu desfecho, de fácil dedução. Trata-se de um filme nitidamente voltado para crianças pequenas, que podem curtir o colorido variado dos personagens do fundo do mar, bem como as situações ingênuas vividas por eles – entre elas algumas escatológicas, diga-se de passagem. Há também um personagem carismático, Ronny, especialmente quando se disfarça para entrar no recife. Para os maiores, há breves piadas com referências ao mundo pop, como a cantora Beyoncé Knowles e o personagem Indiana Jones, que chamam mais a atenção por sua presença do que propriamente pela qualidade.

Na comparação com o original, O Mar Não Está pra Peixe: Tubarões à Vista tem como grande trunfo a animação, de qualidade bastante superior à exibida no primeiro filme. Ainda assim, nada que se assemelhe ao padrão apresentado pelas animações vindas de Hollywood, especialmente as da Pixar e da DreamWorks. Trata-se de um filme simples, com poucos atrativos para os adultos, mas que pode agradar as crianças pela ingenuidade da história como um todo e as situações atrapalhadas de seus personagens.