Críticas AdoroCinema
2,5
Regular
Sobrenatural: Capítulo 2

O suspense continua

por Lucas Salgado

James Wan pode ser considerado um ícone do cinema de terror dos últimos anos. Após dirigir Jogos Mortais em 2004, ele passou anos trabalhando apenas como produtor da franquia Saw. Agora, quase dez anos depois, viveu um dos melhores anos de sua carreira, realizando dois dos filmes mais lucrativos de 2013: Invocação do MalSobrenatural: Capítulo 2.

Os dois longas, por sinal, possuem muito em comum. Além da presença de Patrick Wilson, os dois filmes contam com ambientações bastante parecidas e com uma forte presença feminina. Infelizmente, também possuem muitas diferenças, principalmente no que diz respeito a qualidade. Enquanto que Invocação do Mal surge como um dos suspenses mais assustadores dos últimos tempos, Sobrenatural 2 é apenas mediano.

O filme começa do mesmo ponto em que terminou Sobrenatural, o que justifica o "capítulo 2" no título, mas não segue a mesma estrutura do original, que era bem mais contido e, por isso, assustava mais, algo que também acontece em The Conjuring. A nova produção é, digamos, mais escandalosa. A participação dos fantasmas é mais ativas, assim como a presença do mundo sobrenatural. Desta forma, o sobrenatural é tão exposto que parece até natural.

Repleto de referências a clássicos como O IluminadoPsicoseO ExorcistaInsidious Chapter 2 (no original) também remete ao cinema trash de Sam Raimi, em especial Uma Noite Alucinante - A Morte do DemônioArraste-me para o Inferno. É claro que o filme não é tão explícito e gráfico como os citados, mas a forma como apresenta o título em vermelho com uma fonte que ocupa toda tela mostra que o cinema de Raimi influenciou o diretor.

Após resgatar seu filho (Ty Simpkins) no mundo dos mortos no primeiro filme, Josh Lambert (Wilson) retorna para o mundo real. Mas ele não voltou sozinho e sua família continua a sofrer com a presença de criaturas sobrenaturais. 

Rose Byrne surge mais uma vez na pele da esposa de Josh, Renai, e vai bem, principalmente na função de "parecer assustada". A veterana Barbara Hershey também está bem na pele de Lorraine, mas esta acaba se revelando uma personagem sem muita força.

A produção conta com uma boa direção de arte e com uma trilha sonora que é eficiente na construção do clima. O problema de tom do filme não tem qualquer relação com a trilha. O tom exagerado está no roteiro e não na música.

Os fãs de terror podem até apreciar o novo Sobrenatural, mas é inegável que o filme representa um passo para trás em comparação com Invocação do Mal. Os dois longas, por sinal, já possuem sequências encaminhadas, mas o diretor James Wan já pulou fora para assumir os volantes de Velozes & Furiosos 7.