Críticas AdoroCinema
2,0
Fraco
Relação Explosiva

Bem no humor, mal na ação

por Lucas Salgado

Relação Explosiva é um filme escrito, dirigido e estrelado por Dax Shepard, que é mais conhecido nas telinhas pelo trabalho na série Parenthood. Em seu primeiro grande papel nos cinemas, ele até se esforça, mas acaba prejudicado pela falta de ritmo da produção. O longa possui alguns momentos engraçados, mas todas as sequências de ação são desinteressantes e as perseguições de carro não trazem nada de novo com relação a tudo que já vimos em Hollywood. E isso é um grave problema em um filme com várias perseguições.

Shepard vive Charles Bronson, um sujeito que vive em uma pacata cidade norte-americana em um programa de proteção a testemunhas. Ele depôs contra um perigoso criminoso e, por isso, deve se manter afastado de Los Angeles. A situação se complica quando sua namorada Annie recebe uma oferta de trabalho em LA e ele decide acompanha-la. A viagem para a "Cidade dos Anjos", no entanto, não será nada agradável e ele receberá a visita de alguns fantasmas do passado, além de algumas pessoas inconvenientes do presente.

Kristen Bell, de Ressaca de Amor e Veronica Mars, vive Annie e se sai muito bem nas cenas em que precisa fazer aquilo que faz melhor, ou seja, parecer bonitinha e simpática. Quando se depara com uma sequência mais dramática acaba comprometendo, soando exagerada. Ela é noiva de Dax Shepard na vida real e os dois já trabalharam juntos em Quando em Roma.

Bell e Shepard possuem uma boa química em cena, mas ele se sai melhor quando está ao lado de Bradley Cooper, Tom Arnold ou Michael Rosenbaum. Os diálogos são divertidos e criativos, e muitas vezes caminham entre o nonsense e o realista. Rosenbaum, por exemplo, vive o ex-namorado de Annie e quando decide acertar as contas com Charles acaba sendo agressivo de mais e reconhecendo que exagerou. A cena é natural e bem divertida. O mesmo acontece quando Charles insiste em saber qual a etnia da pessoa que abusou do personagem de Cooper na prisão.

Infelizmente, alguns momentos divertidinhos não compensam a simplicidade do roteiro e seu fraco desfecho final. A direção de Shepard e David Palmer é confusa e a fotografia de Bradley Stonesifer é totalmente sem personalidade. Outro defeito da produção é o número excessivo de coadjuvantes. Kristin Chenoweth, Joy Bryant, David Koechner e Beau Bridges ganham espaço exagerado na trama. É tanta gente que o longa torna banais as verdadeiras participações especiais: Jason Bateman e Sean Hayes.

O filme pode até servir como um entretenimento raso e momentâneo, mas é difícil não ficar decepcionado com o resultado final.