Críticas AdoroCinema
2,0
Fraco
Um Pouco Zombie

Uma comédia descerebrada?

por Roberto Cunha

Se em algum momento os zumbis estavam associados aos rituais de vudu, à partir de 1968, com a estreia de A Noite dos Mortos-Vivos tudo mudou. O clássico terror de George Romero, sem medo de errar, contaminou uma legião de fãs e desde então ela não parou de crescer. Hoje, eles formam uma boa "fatia" do público que adora cinema, louco por levar sustos em filmes de horror ou rir em produções que injetam humor ao retratar os famintos por carne humana e ... cérebros.

Focado num "pedaço" dessa turma, Um Pouco Zombie é o longa de estreia de Casey Walker, um canadense com experiência em seriados para a televisão. De baixo orçamento e apetite para prêmios por onde passou, essa comédia sem compromissos maiores com as questões técnicas flerta com o "trash" e isso fica nítido já na primeira cena em que a visão e os sons de um mosquito revelam o que vem pela frente.

Na história, dois pombinhos viajam para planejar o casamento e levam um casal a tiracolo. Mas o noivo acaba mordido por esse tal inseto mutante, que transforma sua vítima em uma criatura faminta por massa encefálica. Diante da "assustadora" novidade, a noiva chatona (interpretada por Crystal Lowe) entende que vai ter que se virar para ajudar o amorzão a fazer um rango, mas dois caçadores de zumbis chegam para complicar a situação.

Prepare-se então para doses gentis de sangue, podreiras, rock, galera com o corpitcho sarado e, claro, palavrões e piadinhas nem sempre tão engraçadas. A violência (sempre cômica) fica por conta dos tirambaços em cabeças, corpos e também algumas pancadarias. Entre os destaques, a brincadeira (em inglês) com a palavra "brain", a citação da vomitada de O Exorcista e a participação de Stephen McHattie, rosto bem conhecido dos ávidos devoradores de produções para a TV e cinema. Assim, quem procura diálogos ou tramas inteligentes, vai se assustar, mas essa comédia descerebrada pode fazer a cabeça de muita gente. E se você curte esse gênero de filme, sirva-se à vontade e aprecie sem moderação.