Críticas AdoroCinema
1,5
Ruim
O Casamento do Ano

O tempo passou

por Lucas Salgado

Fosse lançado há 30 ou 20 anos, talvez ficasse empolgado em assistir um filme com Robert De NiroDiane KeatonSusan SarandonRobin Williams. Mas eles não são mais os atores de Touro IndomávelNoivo Neurótico, Noiva NervosaThelma & Louise ou Sociedade dos Poetas Mortos. Agora, estamos diante dos astros de O Amigo OcultoLoucas por Amor, Viciadas em DinheiroEm Pé de GuerraLicença para Casar, e são estes que dão as caras em O Casamento do Ano.

O longa conta a história banal de um artista plástico (De Niro) que se reencontra com a ex-esposa (Keaton) às vésperas do casamento do filho adotivo (Ben Barnes), que avisa aos pais um pequeno problema: sua mãe biolágica, que vive na Colômbia e que irá à cerimônia, é extremamente religiosa e não acredita no divórcio. Com isso, pede para que os pais voltem a dividir a mesma casa e se passem por casados.

Ainda que a premissa possa encontrar abrigo em eventuais demonstrações de conservadorismo no mundo real, ela soa extremamente forçada na tela, até porque parte da ideia de que a mulher por ser latina é desconectada da realidade norte-americana não podia ser menos atual neste mundo globalizado. E o filme defende isso pelos dois lados. Além da conservadora que recusa o divórcio, temos na figura de sua filha uma bela latina muito liberal com relação ao sexo. Ou seja, é oito ou oitenta, santa ou pecadora.

Sarandon vive a atual companheira do personagem de De Niro, que é obrigada a sair de cena por causa da situação tratada. O elenco conta ainda com a presença de Katherine HeiglAmanda SeyfriedTopher Grace. Curiosamente, os dois últimos, ao lado de Barnes, possuem os papéis mais interessantes da produção. Não entregam grandes performances, mas ao menos parecem confortáveis em seus personagens, o que não pode ser dito de Heigl, que vive uma filha do casal principal e parece incomodada com um papel tão superficial.

Escrito e dirigido por Justin ZackhamThe Big Wedding (no original) é um filme bem equivocado e totalmente sem foco ou personalidade. Algumas piadas até funcionam, mas também investe em uma série de situações nem um pouco cômicas. Fala de adultério, alcoolismo, religião, gravidez e, é claro, casamento, mas não consegue fazer graça com nada disso, rendendo apenas alguns bons momentos com relação a dinâmica familiar. 

Sem conseguir emocionar na trama romântica ou arrancar gargalhadas nos momentos de humor, O Casamento do Ano acaba falhando naquilo que muitos poderiam achar que seria uma qualidade: seu grande elenco. O problema é que por grande, me refiro apenas à quantidade de atores presentes em cena e não à qualidade dos intérpretes da produção.