Mais do mesmo
por Lucas SalgadoLançado em 2010, Percy Jackson e o Ladrão de Raios chegou aos cinemas como potencial substituto de Harry Potter, que chegaria ao fim dois anos depois. Para isso, buscou o diretor Chris Columbus (de Harry Potter e a Pedra Filosofal e Harry Potter e a Câmara Secreta) e ainda apostou na junção de jovens desconhecidos (Logan Lerman, Brandon T. Jackson e Alexandra Daddario) com grandes nomes do cinema (Sean Bean, Uma Thurman e Pierce Brosnan). O resultado acabou sendo um filme levinho e bobo, que desagradou a crítica e também não conquistou o público.
Como tratava-se de uma adaptação de uma obra literária com muitos fãs, a franquia ganhou uma nova oportunidade na tela grande, agora sob o comando de Thor Freudenthal. Percy Jackson e o Mar de Monstros chega para dar um novo gás na série, mas acaba oferecendo mais do mesmo. Conta uma história bem infantil e de fácil resolução, continuando no mesmo tom que o anterior.
Embora tenhamos uma participação menor dos Deuses, o trio principal surge na mesmissima dinâmica vista anteriormente. Eles recebem um desafio e começam uma jornada para solucioná-lo, tentando salvar o mundo no meio do caminho. A trama pode até agradar aos fãs e aos cinéfilos menos exigentes, mas é difícil não ficar com a sensação de que poderia ser menos bobinho.
Lerman, que vem de uma atuação marcante em As Vantagens de Ser Invisível, parece no piloto automático, enquanto que Daddario divide com Leven Rambin o posto de rostinho bonito da produção. Já T. Jackson é praticamente deixado de lado por boa parte da trama, ao mesmo tempo que Jake Abel surge mais uma vez como o vilão Luke, que demonstra ser frio e calculista através de atos como jogar xadrez sozinho.
Todos os nomes famosos do primeiro longa ficaram de fora da continuação, mas a nova produção não deixou atores veteranos de lado. Stanley Tucci e Nathan Fillion surgem em divertidas participações. O segundo, ainda que viva um personagem menos importante, ganha a oportunidade de fazer referência à sua clássica série Firefly.
Contando com efeitos especiais apenas razoáveis, com uma trilha pouco marcante e com uma fotografia bem quadrada, Percy Jackson evoluiu muito pouco de um filme para o outro, deixando um ponto de interrogação enorme se a franquia irá continuar ou não. Ou mesmo se deve.
A questão é bem simples... Se gosta do primeiro filme, é possível que se envolva com a continuação. Caso não seja fã do original, é pouco provável que irá se importar com o novo.
Caso a franquia siga em frente, seria interessante que buscassem um diretor que fosse conhecido por obras mais sérias do que Diário de um Banana e Um Hotel Bom pra Cachorro, como é o caso de Thor Freudenthal.