Críticas AdoroCinema
3,5
Bom
Maze Runner - Correr ou Morrer

Além dos muros

por Lucas Salgado

Os fãs nunca gostam de comparações de franquias. E, na verdade, elas devem mesmo ser evitadas. Mas em alguns casos é quase que inevitável. Maze Runner - Correr ou Morrer, por exemplo, chega para ocupar o mesmo espaço nas telonas que produções como Jogos Vorazes e Divergente. A ideia é a mesma: num cenário futurístico, meio apocalíptico, meio utópico, surge um escolhido para enfrentar o sistema.

Isso não significa que quem já viu Jogos Vorazes ou Divergente não vai aproveitar Maze Runner, afinal a contextualização é diferente e a história também. Em termos de qualidade, fica justamente entre os dois filmes citados, contando com boas sequências de ação e uma boa química entre os personagens. Mas o mais importante é que o filme prende a atenção do espectador durante toda a sessão. Ao contrário do que acontece no recente Ender's Game - O Jogo do Exterminador, aqui o público não se desconecta da trama, ficando sempre interessado no que vem pela frente. Isso, por sinal, já deixa uma sensação de quero mais diante de um final um pouco aberto.

Thomas (Dylan O'Brien) é um jovem garoto que acorda em uma caixa de metal sem se lembrar de nada. Aos poucos, percebe que está em um elevador de carga. Quando as portas se abrem ele se depara com vários garotos, alguns mais jovens, outros um pouco mais velhos que ele. Então, é introduzido para a sociedade local, localizada em uma clareira, em que se dividem as tarefas do dia a dia. O ambiente é todo cercado por um grande muro, cujas portas se abrem uma vez por dia.

O garoto fica curioso para descobrir o que está além daquelas portas, sendo informado pelos habitantes que se trata de um labirinto, que é explorado todos os dias por corredores em busca de uma saída. Os responsáveis pela clareira tentam convencer Thomas a seguir sua vida de trabalho, mas ele não se conforma em não buscar uma solução para aquilo.

Will Poulter, Thomas Brodie-Sangster, Kaya Scodelario, Aml Ameen e Ki Hong Lee também integram o elenco jovem da produção. Os cinco atores estão bem, embora Poulter tenha um momento ou outro em que esteja caricato de mais como o "vilãozinho" da situação. Conhecida pelo trabalho em Skins, Kaya assume a responsabilidade de ser a única garota do local e cumpre bem a função de parecer bonita e ao mesmo tempo disponível para partir para a ação. A veterana Patricia Clarkson fecha o elenco na pele da cientista Ava Paige, num papel que deve ser melhor explicado nas continuações.

Maze Runner está bem longe de ser um filme inesquecível, mas cumpre bem sua função de entreter. O espectador vai ficar querendo ver mais de Thomas e seus amigos. E só isso já mostra que não estamos diante de algo banal.