Faltou alguma coisa
por Roberto CunhaAonde está a felicidade? Pessoas ao redor do mundo, a sua volta e, talvez, até você mesmo buscam por essa cobiçada "iguaria", mas nem sempre é possível sentir o seu gostinho em toda a sua plenitude. O motivo? Os mais variados possíveis, mas o amor, sem dúvida, é um dos principais. A comédia A Filha do Meu Melhor Amigo pinta na área para dar uma sacudida naqueles que estão meio acomodados, "curtindo" a rotina, achando que estão felizes, mas não consegue fazer isso sendo - exatamente - engraçada.
Na história, os casais (e vizinhos) Walling e Ostroff são bem sucedidos e levam a vidinha numa boa, em um tranquilo bairro suburbano. São grandes amigos, os filhos se conhecem desde pequenos, dois já saíram de casa, menos a jovem Vanessa Walling (Alia Shawkat), que tem lá suas (normais) dúvidas sobre o futuro. Diferente da ex-melhor amiga Nina Ostroff (Leighton Meester), a rebelde que sumiu do mapa há cinco anos e deu as caras, agora, por conta de uma desilusão amorosa. Após a surpresa inicial, as mães curtiram a novidade e voltaram a alimentar um "reencontro" dela com o irmão de Vanessa (Adrian Brody). Mas o inesperado acontece quando a garota se interessa, na verdade, pelo pai da amiga (Hugh Laurie) e, pior, ele acaba correspondendo, provocando uma reviravolta nas relações familiares.
Levemente narrada pela amiga "traída", e com relativo (mau) humor, a trama fica taxiando na pista sem apresentar atrativos para o público embarcar. Mesmo tendo rostos conhecidos como os já citados e mais Catherine Keener (O Virgem de 40 Anos), Oliver Platt (X-Men: Primeira Classe) e Allison Janney (Histórias Cruzadas). Conduzida pelo britânico Julian Farino (experiente na TV e aqui no seu segundo longa), o tema de A Filha do Meu Melhor Amigo tinha potencial para gerar uma comédia dramática interessante, mas não decola e a suspeita cai também sobre o roteiro, escrito e produzido pela desconhecidos Ian Helfer e Jay Reiss, com parcos seriados e curtas nas costas. Assim, se o texto não conseguiu extrair do argumento a força necessária para seduzir o elenco (pouco convincente em cena), quiçá o pessoal da poltrona. No geral, o resultado é um filme morno, apesar de bons tempêros, como é o caso de Laurie, imortalizado no bem sucedido seriado médico House. No longa, porém, esse remédio pode ter efeito de medicamento vencido para muita gente. Confira e conte pra gente se você gostou ou achou que ficou faltando alguma coisa! ;)