Críticas AdoroCinema
2,0
Fraco
Riddick 3

Tudo de novo

por Francisco Russo

“Vou começar tudo do zero, eu e este mundo sem nome.” A frase dita por Vin Diesel logo no início de Riddick 3 parece ser um recado do diretor e roteirista David Twohy aos fãs de Eclipse Mortal, lançado quando o astro da série sequer tinha estrelado o primeiro Velozes & Furiosos. Afinal de contas, após o fracasso de A Batalha de Riddick era preciso retornar ao formato do elogiado original para que a série como um todo pudesse ter algum futuro. O problema: com apenas US$ 38 milhões de orçamento – quase um terço do disponível para A Batalha de Riddick -, o que se vê em cena são efeitos especiais canhestros, bem aquém da qualidade que Hollywood costuma oferecer em seus produtos comerciais. Algo bastante grave em se tratando de um filme onde grande parte das cenas foi rodada usando a técnica do chroma key, aquele fundo verde no qual os atores contracenam para que depois sejam inseridas as imagens computadorizadas.

A história começa com Riddick abandonado e à beira da morte no tal planeta sem nome, rodeado por animais selvagens bastante estranhos. Este preâmbulo dura cerca de 20 minutos e foca principalmente na interação de Riddick com o ambiente que o cerca, tentando ressaltar o lado “animalesco” do personagem. Como não há outras distrações, é justamente neste trecho em que a má qualidade dos efeitos especiais é mais nítida, seja pelos animais em cena ou o próprio cenário, que remete à vastidão do deserto pouco amigável à sobrevivência. A situação melhora um pouco quando o filme ganha outros atores, que dão algum dinamismo à história. Só que, clichê ao extremo, o filme opta pelos mais do que conhecidos conflitos tolos entre os inimigos e as várias frases de efeito cuja única intenção é “provar” a masculinidade de quem a diz.

Diante de tantos estereótipos, Riddick 3 acaba emperrando justamente por ter uma história bastante frágil e nem um pouco surpreendente. A conexão com Eclipse Mortal fica não apenas no formato, mas também através de citações à história original – no melhor estilo “ajude-me a relembrar dela” – e uma certa continuidade à série como um todo. Nem mesmo as cenas de ação conseguem empolgar, já que são bastante prejudicadas pelo clima de vingança após uma série de provocações bobas e pelos já citados problemas com os efeitos especiais.

A grande verdade é que Riddick 3 é um tremendo filme B, assumidamente feito sem grandes cuidados, que tem como único trunfo o carisma de Vin Diesel. Por mais que nada ao seu redor funcione a contento, o astro faz o que pode com o que tem em mãos. Fraco.