ESTILO DE FAZER CINEMA
por Roberto CunhaSe você curte filmes de crimes cometidos por serial killers, pode achar interessante este exemplar italiano. A diferença, claro, é que não se trata de um longa com aquela levada hollywoodiana. Giallo - Reféns do Medo, pelo contrário, segue um estilo próprio e diferente de fazer cinema com enquadramentos que, de uma maneira geral, fogem totalmente do modelo mais explorado e atual de fazer filmes de suspense.
Com uma música de abertura muito boa, conferindo um bom clima, o filme de Dario Argento (um mestre do gênero) já começa com uma cena típica (um close fechado em uma misteriosa mão) para na sequência colocar você em contato com a violência. O longa não tem um roteiro inteligente, cheio de reviravoltas, trama mirabolante e mensagens subliminares. É direto e objetivo. Na história, uma modelo internacional desaparece misteriosamente em Milão e sua irmã Linda (Emmanuelle Seigner, de Lua de Fel) pede ajuda à polícia para descobrir seu paradeiro. É quando ela conhece oportunamente o inspetor conhecido como Lobo Solitário (Adrien Brody), um cara obcecado pelo criminoso, e acaba meio que virando uma assistente dele. Clichê? Pode ser. Mas não compromete.
O ponto fraco que mais se destaca é a caracterização do vilão, mas este detalhe pode passar despercebido para grande parte do público porque a trama de suspense tem elementos para prender o espectador. É um filme que flerta com o tosco, mas é bem realizado. Algumas cenas visitam o puro trash, são violentas, e com algum requinte de crueldade, mas não é podreira pura. Giallo - Reféns do Medo segue os padrões que durante anos cultuam esta fórmula que possui amantes no mundo todo e, quem sabe, pode conquistar você. Boa sessão!