Críticas AdoroCinema
1,5
Ruim
O Último Mestre do Ar

FALTOU FÔLEGO

por Roberto Cunha

O diretor M. Night Shyamalan conquistou o mundo com o suspense O Sexto Sentido. Desde então, muitos cinéfilos de carteirinha esperam um filme melhor ou, pelo menos, igual. O Último Mestre do Ar não é a primeira tentativa, a última e muito menos o que esperam do cineasta.

Por outro lado, a turma que é chegada em fantasia pode gostar e os iniciados no desenho animado que originou este longa também. Ou não. Vai depender do grau de exigência.

O legal é que para que não entende patavinas, o roteiro dá uma força, explicando a ideia, coisa e tal. Na história, as nações representantes dos quatro elementos (Água, Terra, Fogo e Ar) viviam em harmonia até que a turma “inflamada” resolveu subjugar os outros. Ou seja, o vilão básico que quer conquistar o mundo.

Contudo, existe uma salvação para os dominados e ela chama-se Avatar. Não. Você não está lendo nada errado. O nome original deste filme é Avatar: The Last Airbender, mas eles perderam o direito de uso por causa daquele sucesso recente de James Cameron. Voltando à aventura em questão, o menino Aang é o Avatar, e o único que tem poderes de “dominar” todas as forças das natureza e manter o equilíbrio. Só que o carinha, veja você, tinha abandonado seu destino.

Tendo isso como pretexto para mostrar as cenas típicas de treinamento, uma colega de poderes um pouco atrapalhada, algum blábláblá goela abaixo, frases de efeito (“É no coração que as guerras são vencidas”), o filme tem sequências bonitas, combates legais com alguma plástica, mas a coreografia é cansativa. Chega uma hora em que aqueles movimentos podem perder a graça para muita gente. O figurino também é bacana e a trilha compatível com o que se vê (em 3D ou não) na tela grande.

Para os mais "antigos" (como o autor destas linhas), alguns detalhes parecem desnecessários, uma vez que foram pouco explorados. Para mim, o búfalo voador (Appa) só fez lembrar o clássico A História Sem Fim e o lêmure alado comporta-se como os monstrinhos de Gremlims. Pode até ser que no desenho animado original eles tenham funções importantes. No filme, são duas bobagens dispensáveis.

O humor é até moderado (mérito) e o amor acelerado, deixando tudo mais frágil. Assim, a sensação que dá é que O Último Mestre do Ar carece mesmo de um certo vigor para envolver mais o pessoal da poltrona, principalmente, o adulto. Mas como este - definivamente - não é o “elemento” visado, quem sabe haja fôlego juvenil nas bilheterias e o sucesso chegue - também - para este Avatar.