VALE QUANTO PESA
por Roberto Cunhapara quem integra o time dos que adoram James Bond, chegou a hora. E você vai poder conferir a nova aventura do agente secreto mais famoso do cinema - acredite - antes dos americanos. Isso porque o filme estréia na terra do Tio Sam uma semana depois. O que estaria mudando?
A seqüência inicial não nega as origens e é repleta de ação. A abertura tem o DNA dos clássicos da série, abusando dos recursos gráficos. E não é demérito, mas lembra algumas aberturas de novelas globais do passado.
007 Quantum of Solace vai agradar os fãs incondicionais e pode desagradar um pouco os mais exigentes. Um dos pontos interessantes do novo filme é o foco na questão do meio ambiente como algo de muito valor. Para se ter uma idéia, a organização criminosa chama-se Green Planet. Qualquer semelhança com Green Peace não parece ser coincidência.
No roteiro falam muito da América do Sul. Citam o Brasil mais de uma vez, mas continuam cometendo pequenos deslizes com relação aos regimes de poder de cada país do continente. Nada que comprometa o resultado final, mas é duro aceitar que uma produção tão cara não faça uma simples pesquisa para evitar este tipo de problema. Ainda mais em tempos de internet.
Para saciar a vontade dos adoradores e saudosistas, Bond enfrenta os inimigos na terra, na água e no ar. Uma tremenda volta às origens em grande estilo. Difícil foi entender muito bem como ele conseguiu se desvencilhar do piloto do avião e a seqüência de pára-quedas é fraca. Filmes com orçamento bem menores já fizeram coisas melhores como o memorável Caçadores de Emoção.
Mesmo que tenha diminuído um pouco, Daniel Craig continua dando vazão ao Bond mais real que leva porrada e se machuca. Só esquecem de explicar se o M16 tem algum cicatrizador especial porque depois de algumas cenas some tudo.
A curiosidade fica por conta de um momento quase trash do filme quando Bond faz uma fuga a bordo de um Fusca. Não um New Bettle. Ele fez "uma fuga num Fuca" tradicional, velho, e quem o ajuda é a primeira Bond Girl (a modelo Olga Kurylenko) que ele não leva para a cama.
Acredite. Bond está mudando? Talvez. Continua tendo o peso de sua tradição, mas sua cotação periga ficar igual ao dólar: cheia de altos e baixos.