Críticas AdoroCinema
3,5
Bom
O Lobisomem

LOBO MAU, FILME BOM

por Roberto Cunha

Este negócio de refilmagem é sempre um problema. Se pelo lado dos fãs gera sempre um clima de tensão. Do outro, o espectador comum fica sempre pensando porque será que o filme mereceu uma nova versão, coisa e tal. Assim, quem espera muito de O Lobisomem, as chances de se decepcionar não são pequenas. Mas quem procura um filme honesto, bem feito, a curtição pode ser grande.

Na história, o ator Lawrence Talbot (Benicio Del Toro) foi chamado pela futura cunhada Gwen (Emily Blunt) para procurar o noivo desaparecido. E ao retornar para sua antiga casa depois de 25 anos afastado, Talbot entrou em contato com o passado turbulento que viveu com seu pai (Anthony Hopkins), ainda vivo, e descobrindo um segredo que mudará para sempre a sua vida. As primeiras cenas já têm aquela atmosfera dos filmes da Hammer, estúdio de inúmeras produções do gênero.  E o mérito foi este: não quiseram inventar a roda. Pegaram elementos tradicionais como lampiões, névoa, portas e assoalhos rangendo, teias, alguns enquadramentos típicos, adicionaram a boa trilha sonora de Danny Elfman e pronto. A trama ficou arrumada.

Entre os destaques, o rosto das criaturas que incorpora bem as feições dos atores e as respectivas transformações além, claro, de todo o visual do filme que ficou bacana. Três cenas simples “falam” muito: o close nos lábios de Blunt, o seu reflexo nos olhos da criatura e ainda os clássicos saltos pela janela da cultuada criatura. Imperdíveis! Para quem gosta. De negativo, a falta de tempo para gerar um romance mais visceral entre os personagens e as roupas de Talbot (em 1891) que não se estragam. Parecem as de Bruce Banner no antológico seriado “Hulk”. Haja stretch!  O humor, aliás, também marca presença em várias cenas e no deboche do personagem de Sir Hopkins com direito, inclusive, a citação do bardo inglês. Em resumo, você pode até não sair por aí uivando sobre o longa de Joe Johnstom (Jurassic Park 3), mas o fato é que usaram bem os recursos de hoje para fazer um filme de “ontem” e obtiveram um resultado digno de lua cheia.