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    Toronto 2014: “Economizei muito em terapia trabalhando com Robert Duvall”, brinca Robert Downey Jr

    Os dois interpretam pai e filho no drama O Juiz, que teve sua primeira exibição mundial no festival canadense.

    Ele é rico, bonito, tem o cabelo da moda, veste o terno mais bem cortado; confiante, é bem sucedido na profissão e, como se não bastasse, tem uma tirada esperta para cada ocasião. Não, não estamos falando do empresário Tony Stark, de Homem de Ferro, mas do advogado Hank Palmer (Robert Downey Jr.), do filme O Juiz, que teve sua estreia mundial no Festival de Toronto, nesta quinta-feira, 04.

     

    Downey Jr. passou pelo tapete vermelho do evento ao som de gritos de “Homem de Ferro” - como era de se esperar - ao lado do diretor, David Dobkin (conhecido da comédia, por filmes como Penetras Bons de Bico), e de grande parte do numeroso elenco, que inclui: Robert Duvall, Vincent D'Onofrio, Vera FarmigaDax Shepard e Jeremy Strong.

    Além do caminho dos flashes, Jr. também endossou uma coletiva de imprensa para divulgar o filme. E não há ninguém mais interessado neste momento em fazer a produção ganhar o mundo do que ele. Bom, talvez sua esposa. O Juiz é o primeiro lançamento da Team Downey, produtora que ele e a mulher, Susan (grávida do segundo filho), abriram juntos – embora não seja a primeira vez em que trabalham em um mesmo filme.

    Pois, se a máxima diz que não se mexe em time que está ganhando, o perfil próximo de Tony Stark e Hank Palmer já é um bom pontapé inicial para cativar bilheterias (o público riu com entusiasmo das piadas) – fora que a persona pública do próprio Downey Jr. tem se fundido cada vez mais com o viés brincalhão desses personagens, que não economiza na auto ironia. E, verdade seja dita, ele bom nesse papel.

    Instigado a comparar a relação entre seu personagem e o pai (Duvall) no filme, com o relacionamento com o seu próprio pai (Robert Downey Sr.), o ator respondeu: “eu economizei muito dinheiro em terapia trabalhando com Robert Duvall”.

    No filme, Downey Jr. vive um advogado top da cidade grande que retorna ao interior, onde cresceu, para participar do funeral da mãe. O pai, o juiz manda chuva do local, é acusado de atropelar e matar uma pessoa bem no dia do enterro, e o filho resolve ficar mais um tempo na localidade e assumir sua defesa. Acontece que Joseph Palmer não foi muito participativo na criação do filho, de modo que a relação entre eles é a pior possível – o desentendimento entre Downey Filho e Downey Pai é público. Vincent D'Onofrio e Jeremy Strong interpretam os irmãos; e Vera Farmiga a namoradinha da época da escola.

    Recuperar a tradição dos anos 1970/ 1980, dos dramas de tribunal, com muita fala, que já cativaram Hollywood, foi uma máxima dita e repetida pelo casal produtor durante o encontro com a imprensa. De fato, o que não falta neste O Juiz é diálogo. Aliás, sobra. Toda a ação é muito explicada, o que parece subestimar a inteligência do espectador (o mesmo vale para a música do experiente Thomas Newman, que não deixa espaço para o espectador escolher um sentimento). E, no fim das contas, não é o julgamento que conta, mas o possível acerto de contas entre pai e filho. E tome sentimentalismo.

    A imprensa já começa a especular as chances do filme para a temporada de premiação (leia-se Oscar) e, embora confortável no papel, não se pode dizer que Downey Jr. tenha se esforçado a ponto de merecer uma indicação aqui. Já o outro Robert, Duvall, se sobressai como o pai austero e doente (sim, para completar, ele ainda sofre de câncer), em cenas corajosas e, até, emocionantes. É possível que seja lembrado como coadjuvante.

    O filme está previsto para estrear no Brasil em 16 de outubro.

    Duvall e Downey Jr.

    Jeremy Strong e Vincent D'Onofrio

    Vera Farmiga

    Dax Shepard

    Equipe e elenco de The Judge

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