Foi exibido no festival de Cannes, dia 17 de maio, o novo filme de Kleber Mendonça Filho: Aquarius. Em competição pela Palma de Ouro, o filme traz a história de uma crítica musical aposentada (Sônia Braga) resistindo à pressão de uma grande empresa que deseja comprar seu apartamento e o edifício inteiro.
A reação da crítica foi muito positiva. Embora alguns jornalistas estrangeiros digam que Aquarius não é tão ousado formalmente quanto O Som ao Redor, filme anterior do cineasta, todos destacam a beleza do drama e a atuação potente de Sônia Braga. Veja o que os críticos brasileiros e estrangeiros pensam sobre o filme:
AdoroCinema: "Aquarius não se resume apenas ao talento de Sônia e à valorização da memória. Assim como fez em O Som ao Redor, o diretor espalha vários comentários e situações ácidas que tão bem representam a hipocrisia existente na convivência diária entre classes sociais no país". Leia a crítica completa.
Folha de São Paulo: "Com o mesmo senso de enquadramento raro, um uso do som e da música de tirar o fôlego e um ritmo que desafia a maré dominante dos ritmos acelerados, Aquarius é antes de tudo um estudo de personagem". Leia a crítica completa.
Cinema em Cena: "Interessado também nos elementos políticos e sociais que oferecem contexto à trajetória daqueles indivíduos, o diretor aponta o autêntico corporativismo de uma elite que se protege através de ligações obviamente promíscuas.". Leia a crítica completa.
Cinema Escrito: "Aquarius deverá encantar a todos em função de uma muito bem delineada personagem feminina, sexagenária, determinada a nunca renunciar daquilo que acredita ser o correto, mesmo que para isso precise lutar sozinha contra um gigante milionário em recursos financeiros e políticos". Leia a crítica completa.
Cineweb: "Num filme tão rico em camadas, Aquarius pode ser lido também como uma crônica familiar e social do País. Quer se conheça ou não bem o Brasil, é possível enxergar as nuances das relações sociais entre patroas e empregadas..." Leia a crítica completa.
Variety: "Aquarius é um estudo de personagem e uma meditação astuta sobre as transições desnecessárias de lugar e sobre a maneira como o espaço físico se molda à nossa identidade. Festivais vão adorar, embora os distribuidores infelizmente possam ficar preocupados com a duração excessiva". Leia a crítica completa.
The Hollywood Reporter: "Com ritmo contemplativo e ajudado pela atuação de diva de Sônia Braga, Aquarius não traz a narrativa modernista que os fãs de O Som ao Redor poderiam esperar, mas pode funcionar como um filme de arte mais amplo - assim como Gloria, de Sebastian Lelio - para ser vendido ao público idoso". Leia a crítica completa.
Screen Daily: "O filme não tem o mesmo rigor formal que fez de O Som ao Redor um filme tão impactante. Mas isso importa pouco, porque Sônia Braga é uma força da natureza, oferecendo uma das melhores atuações de sua carreira". Leia a crítica completa.
The Guardian: "De certo modo, o edifício Aquarius poderia ser uma metáfora do Brasil, com seus privilégios, corrupção e cinismo em todas as esferas. Mas o prédio também funciona como uma expressão exterior de Clara (Sônia Braga)." Leia a crítica completa.
Le Monde: "Através da gradação das ações, cada vez mais barrocas, cada vez mais perversas, que o corretor faz para tirar a moradora resistente, Aquarius oferece uma imagem surrealista da violência cega produzida por um sistema capitalista descontrolado". Leia a crítica completa.
Télérama: "O filme, entre crônica e doce divagação, sugere, esclarece ambiguidades, mas também deixa zonas de sombra. Impressionista, ele colhe momentos de vazio e de plenitude. Sua força é fazer da situação de Clara uma alegoria mais ampla do Brasil atual". Leia a crítica completa.