A Aliança contra difamação de gays e lésbicas, GLAAD, divulgou nesta segunda-feira um estudo que analisou a representatividade de personagens LGBT em filmes lançados pelos grandes estúdios de Hollywood em 2015. O Studio Responsability Index (SRI), ou Índex de Responsabilidade dos Estúdios, analisou quantidade, qualidade e diversidade dos personagens LGBT inclusos no calendário de sete grandes empresas, e os resultados são pouco animadores.
Dos 126 filmes lançados por grandes estúdios, apenas 22 (17,5%) inclui personagens que se identificam como gays, lésbicas, bissexuais ou transgêneros. Em 2014, a porcentagem havia sido a mesma, com 20 dos 114 filmes analisados promovendo a inclusão.
Além disso, a pesquisa indica que a maioria dos personagens incluídos fez aparições curtas. Quase 73% dos 22 filmes incluíam menos de dez minutos de cena para os personagens LGBT, e apenas um personagem transgênero foi apresentado entre todos eles — sendo que sua presença era somente um alívio cômico na trama em questão.
A análise inclui também um sistema de notas. Para os estúdios 20th Century Fox, Lionsgate Entertainment, Sony Columbia Pictures e Universal Pictures, a nota foi A (adequado). Já a Paramount Pictures, a Walt Disney Studios e a Warner Bros. receberam F, de falho, por não terem incluído nenhum personagem LGBT. Nenhum estúdio recebeu a nota máxima, que seria bom.
Já estúdios menores afiliados (Focus Features, Fox Searchlight, Roadsite Attractions, Sony Pictures Classics. Dos 46 filmes, 22% (dez títulos) foram inclusivos, praticamente o dobro de 2014, quando 10,6% (ou seja, 5 de 47) incluíram personagens LGBT.
O estudo cita alguns títulos lançados em 2015 que são considerados bastante ofensivos por perpetuarem clichês, e entre eles estão O Durão, Padrinhos Ltda. e A Ressaca 2. A análise foi feita através do Teste Vito Russo, cujos critérios de julgamento incluem um personagem não ser predominantemente definido pela sua orientação sexual ou identidade de gênero, e ter um arco que não possa ser removido sem um autêntico efeito na história -- para evitar que possam ser mortos apenas pelo 'valor do choque'.