Enquanto o Oscar 2016 ainda não chega, já há alguns olhares focados na próxima temporada de premiações. O Festival Sundance de Cinema, tradicional festival de cinema independente dos EUA, exibiu na última segunda-feira (25) o filme The Birth of a Nation, um dos mais aguardados e elogiados do evento. Algumas horas após a exibição, distribuidoras já disputavam pelos direitos do longa, que visa o Oscar 2017 e chega carregado de boas impressões por parte da crítica.
A aquisição foi feita pela Fox Searchlight que, vale lembrar, distribuiu também o vencedor do Oscar 12 Anos de Escravidão em 2014, que traz uma temática semelhante. A distribuidora tem direitos sobre o filme em todo o mundo, e a venda foi feita pela bagatela de US$ 17,5 milhões — a maior venda feita no festival até agora.
De acordo com o Deadline, porém, foram feitas ofertas de maior valor para o filme. A Entertainment Studios e a própria Netflix ofereceram US$ 20 milhões cada, mas a oferta vencedora foi US$ 2,5 milhões mais baixa. Nate Parker, diretor, roteirista e protagonista do filme, explicou ao The Hollywood Reporter que o negócio foi fechado com a Fox Searchlight porque eles estavam "falando a mesma língua". Parker comentou que a Searchlight ouviu suas ideias para o lançamento do filme, e concordou com as propostas de que o filme seja exibido em colégios e faculdades ao redor do país.
The Birth of a Nation é ambientado no sul dos Estados Unidos durante o século 19 (aproximadamente em 1831). Nat Turner (Nate Parker) é um escravo letrado e seu dono, Samuel Turner (Armie Hammer) utiliza seus conhecimentos para reprimir escravos rebeldes através das pregações. Após testemunhar inúmeras atrocidades contra o seu povo, Nat elabora um plano para liderar uma revolução contra os escravocratas.
O filme repete o título do longa-metragem de D.W. Griffith de 1915, O Nascimento de Uma Nação. O filme é ambientado também no sul dos Estados Unidos e aborda a Guerra de Secessão, mas seu conteúdo é altamente racista e chegou até a banido em várias cidades dos EUA. Apesar de se tratar de uma inquestionável referência sobre a linguagem cinematográfica, o filme foi lançado apenas 50 anos após a Guerra de Secessão, e reproduz os sintomas de uma sociedade ainda bastante ancorada no racismo.
O longa de Nate Parker ainda não tem trailer. Confira, abaixo, algumas das primeiras impressões deixadas pelo filme em Sundance. Algumas das primeiras críticas destacam o filme como "melhor que qualquer indicado ao Oscar 2016" e "uma obra comparável a Coração Valente".