Esta semana, estreia nos cinemas o novo filme de Quentin Tarantino, Os Oito Odiados. Se você já assistiu aos trailers, deve saber que esta história apresenta oito ladrões, caçadores de recompensas e outros tipos estranhos, que ficam presos em um pequeno armazém durante uma nevasca. Logo começam as inevitáveis brigas, com direito a todo o sangue e o humor esperado do diretor.
Tarantino esteve no Brasil recentemente, acompanhado de Tim Roth, que tem um papel divertido e inesperado nesta história. Assista ao trailer abaixo, leia a nossa crítica, e relembre oito fatos interessantes sobre Os Oito Odiados:
1. Falta apenas um faroeste para Tarantino ser considerado um "diretor de faroestes"
"Tenho essa fama de fazer sempre filmes de gêneros diferentes, e faço o meu melhor. Mas eu adoro faroeste, e sempre pensei que é preciso fazer três faroestes para se considerar um diretor de faroestes. Talvez antes fossem necessários oito faroestes, mas hoje, três bastam. O modo como eu lido com raça nos Estados Unidos é algo novo, o faroeste sempre ignorou isso. Tanto em Django Livre quanto em Os Oito Odiados, eu falo sobre os efeitos da Guerra Civil. Acho que tenho algo a dizer, que tenho contribuído para o gênero", afirma o diretor.
2. Tarantino se compara a Stanley Kubrick
Após citar a dificuldade de transitar entre vários gêneros, o diretor disse que hoje se considerava um dos raros representantes dessa ousadia, "assim como Kubrick". Convenhamos: é preciso ter muito talento e muita autoestima para se comparar com o cineasta de O Iluminado, Laranja Mecânica e 2001 - Uma Odisseia no Espaço.
3. Ele compara Os Oito Odiados ao clássico de terror Enigma do Outro Mundo
"Existe um filme relativamente moderno que tem paralelos com Os Oito Odiados: é a versão de O Enigma de Outro Mundo, de John Carpenter. Ambos têm uma relação simbiótica, além de terem Kurt Russell no elenco e trilha de Ennio Morricone. Os personagens deste filme também estão presos por causa de uma nevasca, juntos de outras pessoas em quem não podem confiar. A ideia das duas histórias é aumentar a paranoia até uma explosão".
4. Não existem heróis em Os Oito Odiados
"Não tem centro moral para o espectador se apoiar. Queria que todos fossem mais ou menos vilões. Pelo menos, todos são questionáveis. Se você cresceu vendo faroestes na televisão, sabe que ninguém se preocupava com o ator principal, eram sempre os convidados especiais que chamavam a atenção. Estes personagens eram sombrios, atormentados pelo passado. Não dava para saber de que lado estavam. Eu quis fazer um filme cheio de personagens como esses".
5. Tarantino nunca tinha trabalhado com um compositor original antes
"Ennio Morricone é o meu compositor preferido na vida inteira. Não falo apenas de música, eu o prefiro a Beethoven, Schubert. Ele é o melhor. Nós falamos sobre trabalhar juntos antes, mas nunca tinha funcionado. Parecia que desta vez também não funcionaria, porque ele não tinha disponibilidade. Mas Morricone disse que teve a ideia de um tema musical quando leu o roteiro. Era um tema que continuaria, como uma carruagem, e que sugeriria a violência que estava por vir. Achei ótimo. Acho que ele sentou para escrever aquele tema e ficou inspirado. Logo, ele tinha 35 minutos de música prontos. Mas eu não dei nenhuma instrução. Ele fez a trilha e me deu inteira, para distribuir no filme como quisesse".
6. Ele gosta de complicar a vida de Tim Roth
Tim Roth explicou os complicados papéis que já teve nas produções de Tarantino: "O que eu gostava com Sr. Orange, em Cães de Aluguel, é que eu sou um ator britânico interpretando um americano fingindo ser um ladrão fingindo ser um policial, ao mesmo tempo. Era incrivelmente complicado, e isso bagunçou minha cabeça. Oswaldo também não é quem parece ser. Todos esses personagens estão fingindo ser outra pessoa, eles improvisam. Mas não posso falar mais para não estragar a surpresa. Eu acabo me virando mais, dançando mais, posso dizer".
7. Jennifer Lawrence quase apareceu em Os Oito Odiados
A atriz foi uma das primeiras escolhas de Tarantino para o papel de Daisy Domergue, a prisioneira rebelde. O cineasta chegou a encontrar J-Law e trocar detalhes da história, mas depois achou que ela era jovem demais para a personagem, e preferiu Jennifer Jason Leigh, por ser uma atriz famosa dos anos 1990. Curiosamente, ela está bem cotada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante por este papel.
8. Channing Tatum implorou para aparecer em Os Oito Odiados
Persistente, o ator enviou um e-mail a Tarantino todo santo dia, durante um mês, até receber uma resposta positiva. A insistência deu certo: o papel de Tatum é divertido - mas a gente não pode falar mais, para evitar spoilers!
Relembre a nossa entrevista exclusiva com Tarantino e Roth:
