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    Exclusivo: Documentário Orestes recria tragédia grega para tratar de violência e injustiça no Brasil (teaser)

    Filme é dirigido por Rodrigo Siqueira, vencedor do É Tudo Verdade com o documentário Terra Deu, Terra Come.

    O documentário Orestes ganhou um novo teaser, divulgado com exclusividade pelo AdoroCinema.

    O filme de Rodrigo Siqueira (Terra Deu, Terra Come) toma como ponto de partida a trilogia de peças teatrais Oréstia (encenada originalmente em 458 a.C.), do dramaturgo grego Ésquilo para estabelecer um intrincado retrato sobre injustiça e violência no Brasil. Na tragédia grega, Orestes é julgado por matar a própria mãe como uma maneira de vingar a morte do pai.

    "E se Orestes fosse brasileiro, filho de uma militante política e de um agente da ditadura militar infiltrado? E se aos seis anos ele tivesse visto sua mãe ser torturada e morta pelo pai? E se este mesmo Orestes, 37 anos depois, matasse o pai, um torturador anistiado em 1979, durante o processo de redemocratização?", diz um comunicado à imprensa divulgado pela produção do filme. 

    O filme traz depoimentos de Ñasaindy de Araújo Barret, filha de dois militantes de esquerda que foram mortos pela ditadura militar. José Maria Ferreira de Araújo, pai de Ñasaindy, foi morto em 1970. Sua mãe, Soledad Barrett Viedma, iniciou um relacionamento amoroso com Cabo Anselmo, um dos mais notórios agente infiltrados do regime ditatorial. Anselmo, espião que posteriormente ganhou o epíteto de Anjo da Morte, ajudou na captura de Soledad e de outros cinco militantes da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), que foram torturados e mortos no que ficou conhecido como o Massacre da Chácara São Bento.

    Os relatos de Ñasaindy se juntam aos de outro sobrevivente do DOI-Codi, bem como à dor da mãe de um jovem negro morto pela polícia na periferia e de uma mãe de classe média que afirma que a pena de morte pode evitar casos de violência urbana. "O coro desta tragédia documental à brasileira é composto por um grupo de pessoas vítimas da violência policial, vítimas da ditadura e da sociedade civil. Reunido em sessões de psicodrama o grupo faz aflorar, sem filtros, situações e falas que normalmente não são ditas publicamente. É através do coro que os ritos da justiça são postos frente a frente com as paixões mais profundas do brasileiro comum, é no psicodrama que o presente olha para os traumas do passado", diz um release do filme. 

    Orestes será exibido no Rio de Janeiro, na Sala IMS, na Gávea, em uma sessão no próximo dia 17 de novembro, quinta-feira. Ao término da projeção, haverá um debate com o Rodrigo Siqueira e o antropólogo Luiz Eduardo Soares mediado por José Carlos Avellar. 

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