Will Smith atingiu o topo de Hollywood. Se iludiu. E depois caiu, para então refletir sobre a vida e a carreira. Essas palavras não são uma análise crítica minha, mas a opinião do próprio astro, que, em entrevista recente ao Esquire, revelou o seu maior aprendizado em 25 anos de carreira cinematográfica: o fracasso de Depois da Terra.
"Foi a falha mais dolorosa em minha carreira. As Loucas Aventuras de James foi menos doloroso porque meu filho [Jaden Smith] estava envolvido em Depois da Terra e eu o levei pra dentro daquilo. Foi excruciante", disse, em tom de sincera dor e arrependimento, sobre um filme que fez apenas US$60.5 milhões nos Estados Unidos.
"O que eu aprendi daquele erro foi como vencer. Eu me revigorei após o fracasso de Depois da Terra. Eu parei de trabalhar por um ano e meio. Eu tive que mergulhar fundo [na reflexão existencial] sobre quão importante para mim é ter filmes no primeiro lugar [das bilheterias]. E eu jamais teria olhado para mim daquele jeito."
A ficha caiu na segunda-feira de manhã, quando Smith viu os péssimos números de bilheteria de sua produção, escrita e dirigida por M. Night Shyamalan (O Sexto Sentido). Ele conta que ficou "devastado por uns vinte e quatro minutos", quando seu telefone tocou e ele a verdadeira terrível notícia do dia: seu pai tinha câncer. "Isso me deu perspectiva – perversamente".
A conversa ficou ainda mais séria quando Will Smith expôs uma autoanálise sobre sua necessidade de ser o melhor sempre: "Eu tinha quinze anos, minha namorada me traiu, e eu decidi que se eu fosse o número um, ninguém jamais me trairia." A ideia juvenil caiu por terra após a fatídica segunda-feira, quando ele define que uma "nova fase, um novo conceito", passaram a guiar a sua vida: "A única coisa capaz de saciar essa sede existencial é o amor."
Mais maduro e autoconsciente sobre como conduzir sua carreia, Will Smith retornará aos cinemas em breve, em Golpe Duplo, coestrelado por Margot Robbie e Rodrigo Santoro. O filme chega ao Brasil no dia 12 de março.