O anúncio de uma versão de Cinderela com atores deixou alguns fãs da Disney preocupados. Afinal, a ideia não era fazer uma leitura diferente da história, como Malévola fez com a Bela Adormecida, apenas refilmar a história tão conhecida, do jeito que é lembrada no mundo inteiro.
O resultado foi apresentado à imprensa no 65º festival de Berlim, e agradou bastante. O diretor Kenneth Branagh fez uma versão colorida e um pouco exagerada, que lembra muito os tons da animação original. Cate Blanchett está excelente como madrasta malvada, e Helena Bonham Carter brilha tanto em seus gestos de fada madrinha quanto na ótima narração da história.
Na época em que tantos filmes para crianças tentam ser maliciosos, escatológicos e dotados de um ritmo veloz, Cinderela lembra uma aventura familiar à moda antiga, com a mesma mensagem ingênua, doce, e com um humor comedido, mas bem construído. Os efeitos especiais, quando aparecem, são um espetáculo à parte, mas depois cedem espaço à filmagem dramática, sem tanta interferência da temida tela verde.
Enfim, um filme divertido, agradável, que levou a plateia da Berlinale aos aplausos calorosos... como se estivessem vendo a história pela primeira vez.