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    Festival de Berlim 2015: Se você gostou de A Árvore da Vida, vai adorar Knight of Cups

    O novo filme de Terrence Malick gerou polêmica na Berlinale.

    Na 65ª Berlinale, Knight of Cups era um título muito aguardado: o filme conseguiu lotar a imensa sala principal do festival, com três andares, e muitas pessoas ficaram de fora da sessão. Passadas duas horas, o resultado foi polêmico e controverso, mas não exatamente uma surpresa.

    Afinal, a história traz tudo que se espera de uma obra de Terrence Malick, como A Árvore da Vida e Amor Pleno: imagens belas da natureza, narradores sussurrando frases existencialistas ("O que fizemos com a nossa vida?", "O que é o amor?", "Oh, a vida!", "Meu querido filho..."), movimentos inesperados de câmera e ausência de uma história linear. 

    As reações foram opostas: algumas vaias fortes, outros aplausos ainda mais fortes, com gritos de "gênio" lançados pela sala. As primeiras críticas mantiveram a sensação de "ame ou odeie": alguns textos reclamam da falta de sentido e das imagens vazias, outros disseram que se trata de uma experiência única e belíssima. 

    O ator principal, Christian Bale, esteve presente na coletiva de imprensa, respondendo a uma série de questões mirabolantes dos jornalistas, que não sabiam muito bem o que perguntar após um filme tão enigmático. De modo geral, Bale precisou explicar o sentido de seu personagem aos críticos presentes... Já Natalie Portman defendeu o estilo livre e experimental adotado por Malick, que disse ter servido de exemplo para a sua curta carreira como diretora.

    A água e a história do Chile

    Outro filme em competição teve um apelo muito menor do que Knight of Cups: o documentário El Botón de Nácar, de Patricio Guzmán. O diretor adota um estilo muito semelhante ao cultuado Nostalgia da Luz, articulando reflexões sobre a riqueza das águas, a morte dos índios no Chile e os desaparecidos da ditadura de Pinochet.

    Os temas tratados são certamente interessantes, mas o ritmo lento e professoral da narração, na voz do próprio diretor, desencorajaram o público. Mesmo com a curta duração de 82 minutos, El Botón de Nácar registrou a maior debandada até agora: muitas dezenas de críticos abandonaram a sessão ainda na primeira metade do filme.

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