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    Cannes 2014: Godard surpreende ao usar o 3D como linguagem

    Adeus à Linguagem já tem distribuição assegurada nos cinemas brasileiros, mas ainda não tem data de estreia definida.

    Jean-Luc Godard, o enfant terrible da Nouvelle Vague. Ícone de toda uma geração, que cresceu apreciando filmes como AcossadoAlphaville e O Desprezo. E também o diretor que, desde Je Vous Salue, Marie (1985), entrou em declínio justamente por ousar cada vez mais em suas produções, deixando de lado qualquer aspecto comercial para investir pesado no lado experimental. Com Adeus à Linguagem, seu novo trabalho, não foi diferente.

    Assim como em seus últimos longa-metragens, Godard mais uma vez investe na colagem de cenas, sons e cores seguindo uma proposta particular, nem sempre bem definida para o espectador, que se aproxima da videoarte. Entretanto, desta vez o veterano diretor apresenta como novidade o uso da tecnologia 3D. Só que, mais do que simplesmente explorá-lo na questão da profundidade, como fazem praticamente todos os demais filmes no formato, Godard ousou ao executá-lo na própria linguagem cinematográfica.

    Há no filme uma sequência, usando o 3D, que está entre as melhores exibidas no Festival de Cannes deste ano. Nela Godard utiliza a sobreposição de imagens para criar um impressionante efeito de ilusão, aplaudido em cena aberta pelo público, que lotou a sala de projeção.

    Por trucagens como esta envolvendo o 3D, Adeus à Linguagem é um filme bem interessante para quem gosta de linguagem cinematográfica (com o perdão do trocadilho envolvendo o título). Bom filme, bem melhor que os mais recentes do diretor, que se recusou a comparecer ao festival deste ano. E ainda tem como ponto positivo o fato de apenas ter 70 minutos.

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