por João Vitor Figueira
A diretora Jane Campion será a presidente do júri da competição principal do 67º Festival de Cannes, que acontece entre os dias 14 e 25 de maio. A cineasta foi a primeira (e até então única) mulher a vencer a Palma de Ouro, prêmio máximo do tradicional festival, por seu trabalho no filme O Piano (1993), que também lhe rendeu um Oscar de Melhor Roteiro Original.
"Desde a minha primeira participação em Cannes com meus curtas-metragens em 1986, tive a oportunidade de ver diversas facetas do festival e minha admiração por esta rainha dos festivais de cinema apenas cresceu. Em Cannes, conseguem combinar e celebrar o glamour da indústria, as estrelas, as festas, as praias, os negócios, tudo enquanto mantêm a seriedade do festival", afirmou Campion em comunicado.
A neozelandesa ocupará o cargo que foi de Steven Spielberg em 2013, ano em que o júri premiou o drama romântico Azul é a Cor Mais Quente.
Vale destacar que Campion não será a primeira mulher a ocupar a posição mais importante do Festival de Cannes. Isabelle Huppert, Jeanne Moreau, Françoise Sagan, Isabelle Adjani, Sophia Loren, Ingrid Bergman e Liv Ullmann já foram presidentes do júri. Apesar disso, nos últimos anos as críticas sobre um suposto machismo na organização do festival se tornaram mais frequentes.
Em 2012, um grupo feminsta francês, que contava com diversas mulheres que atuavam na área do cinema, publicou uma carta aberta à organização do festival que dizia que "os homens adoram que as mulheres tenham profundidade, mas desde que seja apenas no decote". Em 2009, Jane Campion esteve em Cannes para divulgar seu filme Brilho de uma Paixão e chegou a afirmar que "o sistema dos estúdios é uma espécie de sistema de velhos rapazes e é difícil para eles acreditar que as mulheres são [seres] capazes".