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    Exclusivo: Conversamos com Dani Calabresa e Katiuscia Canoro no set de A Esperança é a Última que Morre

    As comediantes esbanjaram bom humor e falaram sem parar, mas o diretor Calvito Leal também deu uma palinha bacana para o AdoroCinema. Confira como foi!

    por Roberto Cunha

    Pegando uma carona no título do filme, A Esperança é a Última que Morre, a notícia é uma das últimas do ano e para os fãs dessa turma que faz rir na TV e no teatro, ela pode ser animadora. Afinal, essa comédia tem no elenco nomes populares e rostos conhecidos do atual humor brasileiro, como Dani Calabresa, Katiuscia Canoro, Rodrigo Sant' Anna, Augusto Madeira, entre outros. O AdoroCinema deu um pulo nas filmagens e conversou com as duas atrizes, além do diretor. Veja como foi o papo - exclusivo - nos intervalos entre uma cena e outra, que por sinal contavam sempre com brincadeiras entre eles. O bom humor, definitivamente, estava no ar.

    No longa, que marca a estreia de Calvito Leal em uma ficção, Calabresa interpreta Hortência, jornalista estilo boa moça, que sonha ocupar a bancada do telejornal da sua pequena cidade, mas vai enfrentar a dura concorrência de Vanessa (Canoro), mulher disposta a tudo para não perder essa chance. O futuro de ambas pode estar nas mãos de JP (Madeira), chefão e estrela máxima da tal emissora local.

    Dani, que tal sua "primeira vez" como protagonista?

    Incrivel. Eu tive muito sorte. O diretor me ligou três anos atrás e resumiu para mim a história. Gostei tanto que eu falei: 'Pô! Tô dentro! Vamo fazer!'. E o elenco é incrível, todos numa vibe muito parecida. Para você ter uma noção, faltam três dias para acabar e estão todos animados ainda. Todo mundo se deu super bem.

    Como chegaram até você e surgiu esse convite para viver a Hortencia?

    Sei lá. Jogaram meu nome no Google! Eu tô brincando. (risos)

    Você acha que sua experiência no vídeo influenciou na escolha?

    Eu acho que é porque sou atriz comediante e estava apresentando um telejornal cômico na MTV. Acho que foi fácil me identificar com a pesonagem. Me viram e falaram: 'Ah! Ela consegue. Fala e anda'. (mais risos)

    E quem é ela?

    Não é a gostosa, a bonita, a esperta... É até meio goiaba, desastrada, mas muito meiga e dedicada. Ela é uma boa repórter, mas não tem credibilidade, vem com umas roupinhas meio erradas, cabelo despenteado, muito ingênua. Ela sonha em ser âncora na bancada do jornal do JP e inventa uma história com dois amigos, começa a bombar, fazer sucesso e ela não quer parar.

    O que você conta da experiência?

    Fazer um longa é um trabalho diferente, uma paciência que você tem que ter todo dia, as diárias são longas, 12 horas. No filme a gente não grava começo, meio e fim. Tem que ter um entendimento muito intenso do personagem. Eu gravo hoje uma parte do meio, vou embora pra casa, amanhã eu volto, faço o fim e depois volto para uma cena do começo. Tem que acertar essas emoções diferentes do personagem, que não seguem uma ordem, como no teatro ou numa esquete da TV. É diferente. Tem que lembrar 'da onde eu tô vindo, como é que tava aquela cena, que momento eu estou, ontem eu fiz o fim do filme, hoje eu tô no começo'. Tem que ter uma concentração.

    É como você tivesse que posicionar as peças dentro do cérebro: Agora é aqui, agora é ali...

    Sim. E o comediante é maluco. Para mim é mais difícil, eu estou tentando me concentrar. (risos)

    Sobre os improvisos, tem muitos cacos no filme?

    Foi o que eu te falei. É uma vibe tão legal na equipe, o Calvito (ao lado) é um diretor muito tranquilo, sensível. Ele é reativo, ligado e gosta das mesmas referências. Então a gente conversa para ver o que cabe, para não ficar galhofa demais. Porque a história já é boa, já está engraçada. Mas tem muita liberdade e sugerimos muita coisa que entrou. A gente conversa e muda a coisa na hora. O próprio Calvito muda o texto porque acha melhor experimentar de outra maneira.

    E como foi trabalhar com Rodrigo Sant' Anna, essa galera de humor de outra praia?

    A gente gravou muito e se deu muito bem. E tem a Katiuscia que é uma comediante maravilhosa, o Augusto Madeira, o Thelmo Fernandes... Foi muito divertido e acho que isso vai refletir na tela para todo mundo se divertir.

    Então foi bom pra você?

    Me identifiquei com ela, foi um trabalho super gostoso. Tem sido muito legal e não queria que acabasse. Eu gostei muito de todo mundo, tô muito empolgada.

    Tá preparada para as críticas?

    (rindo) Olha gente. Eu não vou nem ler crítica. Vou dar na cara de todo mundo. Eu não leio, sabia? Eu até falei brincando, porque não me importo. O que vale é o público comprar ingresso. Ver de novo. O filme foi feito com tanto carinho, tanto capricho. Vai ficar incrível. Estou com uma expectativa muito boa.

    E planos para o futuro?

    Vamos fazer o 2 e 3. (risos) Dudu (Albuquerque) já está escrevendo o 2. Vamos deixar isso bem claro, com a mesma equipe (mais risos).

    E fora da "franquia" tem algum outro projeto?

    Tem convite, mas tem sempre que bater com a agenda de show, CQC... Esse aqui eu já tinha priorizado no meu coração. São três anos. Qualquer coisa que pintava, eu já falava que não ia fazer por causa do A Esperança é a Última que Morre. Eu neguei quatro outros projetos. porque eu sabia que no segundo semestre, eu viria para o Rio me dedicar ao filme.

    Katiuscia, a gente conversou com a Dani sobre a coisa do improviso e a experiência de vocês...

    É a cabeça do comediante, né? O filme juntou atrizes que são comediantes e aí na comédia tem que ter improviso.

    E tá rolando?

    É mais difícil. Porque se o Calvito deixar a gente voa, né? Monta nas costas do filme e vai cavalgando. Ele tem que segurar muito a nossa onda, ficar cortando: 'Não, calma, peraí!' Se deixar, a gente leva para outro lugar. No intervalo é que a gente solta as nossas galhofas. Na hora de fazer tem que cuidar porque ele não quer uma "comediona" rasgada. Quer um filme de humor, mas é uma história.

    Vários personagens de sucesso na TV e agora chega no cinema como uma antagonista, que tal?

    Ah, tô me divertindo muito! Porque é uma delícia fazer a vilã, né? E ela é super inescrupulosa mesmo. É bom porque você solta todos os seus demônios ali. Teve que ter bastante caracterização porque ela é um mulherão e eu não me vejo mulherão. Então tem peruca, tive que pintar cabelo, é salto, é peito falso... Enfim, é uma construção para mostrar esse mulherão, dona de si, que não acredita que a Hortência (Dani) possa ser páreo para ela.

    Tem alguma coisa sua que você está emprestou ao personagem?

    Nossa! A minha voz. (risos) Nada! Absolutamente nada a ver comigo. Eu sou completamente o oposto. (mais risos)

    E a galera do filme?

    A equipe é incrível, atores inacreditáveis e a gente joga muito bem. A Dani é uma parceirona, a gente se conhece desde 2005, nunca trabalhou, mas como já tinha intimidade, o jogo é muito bom. A Dani é muito generosa em cena. O Danton, o Thelmo, o Augusto, Gugu... É só gente boa. Eu tô adorando o clima aqui. O Rodrigo não preciso nem falar, né? Meu irmão.

    E você estão juntos no filme?

    (Demora para responder) Tem cenas juntos. Mas a gente não contracena. É que a gente tá junto o tempo inteiro e aí eu confundo o que é cena e o que não é.

    Mais cinema pela frente, projetos futuros?

    Por equanto eu tô focada aqui, continuo no Zorra (Total) e vai ter personagem novo no ano que vem, mas nada que eu possa falar agora.

    Calvito, você vem de um ótimo documentário (Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei) e agora estreia na ficção, com uma comédia cheia de gente com improviso na veia. Como é que você fez para controlar essa turma?

    A gente trabalhou muito antes. Tinha uma linha estabelecida, fizemos leituras. Elas já estavam envolvidas desde o início do processo e sempre ficou claro que o filme não era uma comédia rasgada. Nenhum preconceito com isso, mas não era que o gente estava fazendo. Na verdade, é legal o impulso delas, a criatividade... Até torna o meu trabalho mais fácil porque elas me alimentam muito. Cabe a mim tentar direcionar, escolher o que o improviso traz de bom para o personagem, para o humor e direcionar mesmo.

    Mas se rola um caco na hora, você pensa, deixa passar...?

    Se funciona, vai. Isso é o legal da ficção porque tem muita coisa que acontece no momento. A gente cria um momento que aquilo ali é uma verdade e, às vezes, uma coisa que não estava escrita na boca da Vanessa (Canoro) e ela fala, é sensacional. Porque ela tem muito do personagem já na cabeça. A gente tentou ser fiel a um registro de personagem, nunca dos atores. Entao você vai ver o filme e vai ver a Hortência, não a Dani Calabresa. Pelo menos, é o que eu espero. Você não vai ver o Rodrigo Sant' Anna nos personagens que consagraram ele. Vai ter um registro dele de ator, um cara super talentoso, formado... Acho que o legal é isso. Eles têm uma clareza de personagem e ao mesmo tempo não estão na zona de conforto deles, com liberdade total para chutar o balde.

    O objetivo de vocês era sair do lugar comum do tipo de comédia que assolou o mercado ou vocês já estão pensando num segundo filme?

    (risos) Não! Pensando numa franquia?!? A gente quis e quer fazer um filme, antes de qualquer coisa. Não é o tipo de filme que tem um gancho para um segundo. Se for um sucesso, vamos ter que quebrar muito a cabeça para inventar. Na verdade, quando a gente começou a pensar o filme, escolher elenco, não tinha começado a onda desse tipo de humor. Eu acho legal, super válido, mas a gente viu esse fenômeno acontecendo durante. Óbvio que iámos olhando para o nosso próprio e encontrando um caminho. E ficamos felizes também por não apostar só num genero. Ele é uma comédia policial. Tem uma história, uma linha... A gente não queria fazer uma sequência de esquetes. É um filme. Tem um história consistente.

    A Esperança é a Última que Morre tem estreia prevista para 1 de agosto de 2014, distribuído pela DownTown Filmes.

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