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    Quinta noite do Festival de Brasília 2013 teve filme misterioso e altas doses de sexo

    E o humor também marcou presença no penúltimo dia de competição do 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Veja como foi!

    por Roberto Cunha, em Brasília

    Mistério, efeitos especiais, humor, metáforas e cenas quentes foram os ingredientes da quinta noite do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Veja como foi!

    Bom :) Exibido no Festival de Brasília de 1968, um título dirigido por Joaquim Pedro de Andrade (Macunaíma) acabou desaparecido por questões com os patrocinadores e a censura. Brasília, Contradições de Uma Cidade Nova questionava as distorções daquela que foi projetada para ser a cidade modelo, revelando erros, como não pensar no entorno da metrópole e a consequente favelização. Quarenta e cinco anos depois, Plano B (DF), de Getsemane Silva, volta a tocar nesta ferida. Para isso, usa o filme (encontrado no MAM-RJ), entrevista realizadores, como o premiado diretor de fotografia Affonso Beato (Tudo Sobre Minha Mãe), e ainda protagonistas daquele momento: candangos e funcionários do governo, na época. O resultado é um documentário interessante, que faz você viajar no tempo, seja ao som da locução empostada (e vendedora) enaltecendo a cidade ou com as próprias imagens antigas, muitas vezes, em contraste com as atuais. Sem nada de inovador, é um filme simpático, que foi bem recebido pelo público e deixa a corrida pelos prêmios na categoria ainda mais acirrada. Bateu curiosidade, veja um trailer mais abaixo!

    Bom :) Uma mulher (Simone Iliescu) está dividida entre o amor pelo namorado e a ardente paixão que sente pelo amante, um cara sem grana e violento, que tem ainda sob seus cuidados um menino praticante de delitos. O que o futuro reserva para eles? Sexo, pobreza, cidade, violência urbana e as relações humanas estão presentes no longa Riocorrente (SP), de Paulo Sacramento (Meu País). Fazendo uso efeitos especiais e diálogos questionadores, sobre a ditadura "do novo", por exemplo, o filme tem boa trilha, que dialoga com o roteiro, criando bons momentos de tensão. Seu maior pecado, talvez, foi exagerar nas simbologias. Destaque para a participação de Arnaldo Baptista cantando e tocando piano. Ao fim da sessão, recebeu muitos aplausos e parece estar na briga pelo Candango.

    Bom :) Um coelho super bem sucedido e cheio de história para contar demonstra passar por um momento de extrema insatisfação com a vida que leva. Sua salvação temporária está nas memórias que ainda o fazem pensar se deve ou não se suicidar. Dirigido por Gabriel Garcia, o curta animado Ed. (RS) já foi premiado no Fantaspoa (Júri Popular) e seu impacto visual é indiscutível. Sua imagens de forte colorido são embaladas por boa trilha e referências cinematográficas, como Platoon e Os Impostores, entre outros. Ao fim da exibição, os aplausos vieram, mas não pareciam muito empolgados. Vai ver o pessoal queria um pouco mais de história. Será? Vai entender...

    Bom :) Um senhor de idade, colecionador de publicações impressas tem um enorme acervo particular. Somente sobre o Paraná do século passado são cerca de sete mil livros e ele tem ainda mais de 10 mil revistas, entre elas, uma mega coleção (veja você) da Playboy. Essa revista, além de objeto (de desejo) do senhorzinho, é também responsável por um dos muitos momentos divertidos de A que deve a Honra da Ilustre Visita este Simples Marquês? (PR). Dirigido pela dupla Rafael Urban e Terence Keller, o curta tem uma carga dramática, mas ela é atenuada pelo espirituoso Max Conradt Jr., dono de tudo e também de um senso de humor interessante. Com seu jeito peculiar de interagir sozinho com a câmera estática em planos longos, o coroa dá um show, como se fosse um mestre de cerimônias ou o próprio astro de um stand up comedy. Foi super aplaudido.

    Não colou :( Um papagaio foi enviado para Portugal por um índio brasileiro. Lá, o destinatário segue sem entender bem o porquê da oferenda, mas confessa que vai se apegando ao animal e pensando como seria o lugar de onde ele veio, enquanto o noticiário da TV fala dos inúmeros problemas da terrinha de Cabral. Dirigido por Felipe Bragança (A Alegria) e Helvécio Marins Jr. (Girimunho), Fernando que Ganhou um Pássaro do Mar (RJ) é um daqueles títulos com pegada de Cinema Novo, com muitas alegorias e poucas chances de ser plenamente entendido. Os aplausos vieram, mas perto de outros as chances parecem mínimas, salvo, uma vontade dos jurados de valorizar este tipo de obra.

    Plano B

    Para maiores informações, visite o site Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O AdoroCinema viajou a convite da organização.

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