por Francisco Russo
Hermano Penna e Lima Duarte em homenagem a Sargento Getúlio @ Edison Vara Press Photo
Trinta anos depois, Sargento Getúlio retornou ao palco do Palácio dos Festivais. Não o filme propriamente, mas seu diretor Hermano Penna e o protagonista Lima Duarte. Ambos foram homenageados com o troféu Cidade de Gramado, concedido pelo festival.
"Como eu envelheci, não? Trinta anos, puxa vida!", disse Lima Duarte após ver cenas do longa-metragem exibidas na telona. "Foi um momento muito bom da minha vida ter feito este filme. Investi muito nele. A paixão que me moveu por esse personagem ficou impressa no celulóide. Não sei se foi uma atuação perfeita, mas foi visceralmente apaixonada. Amei cada fotografa deste filme com quase desespero."
Hermano Penna também subiu ao palco e falou um pouco sobre a emoção trazida pela homenagem. "Quero agradecer muito pelo carinho que vocês tiveram conosco. Foi aqui que a vida deste filme começou há exatamente 30 anos. Foi aqui onde eu comecei a minha carreira cinematográfica. Lembro que na noite em que ganhei o Kikito me joguei no palco. Faria isso hoje também se não fosse a idade, porque a alegria é a mesma."
Exibido em Gramado na época em que o festival ainda acontecia no verão, Sargento Getúlio levou cinco Kikitos de Ouro, nas categorias de filme, ator (Lima Duarte), ator coadjuvante (Orlando Vieira), som e o prêmio da crítica. Na coletiva realizada ontem à tarde o diretor comentou sobre as dificuldades da produção.
"Durante as filmagens, tenho centenas, milhares de lembranças positivas do filme. O problema foi depois de pronto. Sargento Getúlio foi feito em 1978 e passou cinco anos nas prateleiras da Embrafilme esquecido, completamente abandonado. Foram cinco anos de luta pessoal minha para colocar o filme no cinema."
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