por Francisco Russo
O termômetro batia nos seis graus, mas a sensação térmica era ainda menor. O frio que já virou marca registrada do Festival de Gramado veio forte neste ano, graças à chegada de uma frente fria e uma chuva fina que permaneceu ao longo de todo o dia. Entretanto, nada disto impediu que o Palácio dos Festivais ficasse praticamente lotado para a sessão de abertura do 41º Festival de Gramado. Afinal de contas, era a chance não apenas de conferir Flores Raras, novo filme do diretor Bruno Barreto, mas também de ver de perto Glória Pires, uma das atrizes mais reconhecidas da atualidade.
Glória Pires sobe ao palco para receber o troféu Oscarito (foto: Edison Vara)
Chamada a subir ao palco pelos produtores Lucy e Luiz Carlos Barreto, Glória recebeu do casal o troféu Oscarito, uma das premiações mais importantes do festival e entregue sempre a grandes intérpretes do cinema brasileiro. Emocionada pela premiação e por ter sido aplaudida de pé pelo público presente, a atriz agradeu a honraria e lembrou todos os diretores com quem trabalhou na carreira. Na coletiva realizada hoje pela manhã, Glória revelou qual foi o papel mais difícil entre os 15 filmes que já atuou.
"No cinema hoje nós temos a santa figura do coaching, que ajuda demais o trabalho do ator, seja treinando algum idioma ou alguma habilidade física que seu personagem precise fazer bem. Quando fiz Índia, a Filha do Sol isto não existia. Eu era uma menina de cidade, que não tinha nenhum convívio ou hábito de vida no campo, nada disso. Considero esse um dos papéis mais difíceis que fiz porque era muito diferente da minha realidade. O que fiz ali foi através de pesquisa pessoal. Tinha 17 anos e procurei ler o máximo que pude e me fornir de informações que me aproximassem daquele universo. Foi uma pauleira, mas foi muito bacana. É um filme que me orgulho muito."
Protagonista de Flores Raras, Glória dá vida a Lota de Macedo Soares, responsável por idealizar o Parque do Flamengo, localizado no Rio de Janeiro. O longa-metragem acompanha o relacionamento da arquiteta com a poetisa Elizabeth Bishop, interpretada por Miranda Otto, tendo como pano de fundo a própria construção do parque, o golpe militar de 1964 e a conquista do prêmio Pulitzer por Bishop. Entretanto, mais do que fatos históricos o filme dá ênfase à história de amor vivida por Lota e Elizabeth, com direito a várias cenas íntimas entre as atrizes. Sua estreia nos cinemas nacionais está agendada para a próxima sexta, 16 de agosto.
O Festival de Gramado 2013 segue no dia de hoje com a exibição de mais dois longa-metragens: o argentino Puerta de Hierro - El Exilio de Perón, da dupla Victor Laplace e Dieguillo Fernández, e o brasileiro Éden, dirigido por Bruno Safadi e estrelado por Leandra Leal e João Miguel. Quem também estará na cidade é o ator Wagner Moura, que será homenageado com o troféu Cidade de Gramado. O AdoroCinema, é claro, estará lá para trazer a você os detalhes sobre o segundo dia do festival.
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